A Banca é, de facto, uma grande, anafada e próspera criatura.
Quer chova quer faça sol - isto é, quer o tempo seja de crise quer seja de retoma... - a Banca ganha sempre.
Porquê?: porque, como deste tempos imemoriais nos é dito, a Banca tem que ganhar sempre. E pronto.
Atente-se neste exemplo: a propósito do PEC3 e das suas consequências nos bolsos dos portugueses, alguém fez as contas e concluiu que os muitos milhões de euros que o Estado vai arrecadar serão assim distribuídos: os consumidores (isto é, a malta) entram com 93% e a Banca entra com 7%.
Mas isto é uma maneira de dizer, já que, como fez questão de nos informar um dos senhores 7% (neste caso o inevitável Faria de Oliveira, presidente da CGD) quem, de facto, vai pagar esses 7% são «os clientes da Banca» (isto é, a malta).
E assim se cumpre o sagrado princípio: a Banca ganha sempre.
Outro exemplo: o dinheiro com o qual o Estado salvou de falências fraudulentas o BPP e o BPN - dinheiro que era (deveria ser...) de todos nós - seria suficiente para baixar o défice de 7, 3 para 4, 6 %... e, portanto, os impostos não teriam que aumentar.
Mas vejamos: se os referidos bancos não tivessem sido salvos dariam uma má imagem da Banca em geral - o que acarrateria elevados prejuízos para a Banca em particular.
Ora, a Banca não pode ter prejuízos, a Banca tem que ganhar sempre...
Para que a Banca ganhe sempre, os «governos», os «mercados», «Bruxelas», a «Comissão»... não se poupam a esforços.
E chega a ser comovente o zelo, o enlevo, o desvelo com que essas instituições cumprem a sagrada tarefa de que estão incumbidas.
Por exemplo: o Banco Central Europeu - que, por razões óbvias, decidiu não fazer empréstimos directamente aos Estados - elegeu a Banca como intermediária nas suas relações com esses Estados, ou seja: empresta à Banca que, por sua vez, empresta aos Estados.
Mas atenção: como a Banca tem que ganhar sempre, o BCE cobra-lhe um juro de 1% de forma a que ela - a Banca - possa depois emprestar aos Estados cobrando-lhes um juro de 6% e, assim, cumprir o sagrado destino de ganhar sempre.
Até que a malta troque as voltas a esse destino...
10 comentários:
Quer dizer a malta perde sempre até que um dia....
Ele virá.
Um beijo.
É tudo gente hipócrita e inescrupolosa. Um dia isto... vai mudar!
Um abraço.
Está com piada, sem dúvida.Mas,também, está cheio de demagogia.Exemplo,no caso português, o governo tinha que intervir se não podia provocar o caos no país, as pessoas entravam em pânico acorriam aos bancos a levantar o seu dinheiro e,aí, não era só os bancos a perder,perdia todo o país.
Anónimos são os votos e é por eles que, infelizmente, temos o actual governo.
...E é também por eles - anónimos e outros que tal, que o Dia da mudança tanto demora!
Basta os vampiros governamentais acenarem com o "papão" da crise, da banca rota, de seja lá o que for, e prontamente um bando de sequazes lacaios os vem defender, com unhas e dentes.
Seria interessante saber quanto auferem: estarão no grupo dos sugadores ou no dos que apenas esperam ser-lhes atiradas algumas migalhas/sobras?
É hora de se tornarem dignos deste país onde Homens e Mulheres tanto sofreram em defesa de uma vida melhor para as gerações vindouras.
Deveria haver actuação, sim, mas não esta. Com esta continua a engordar: a Banca,os administradores/gestores, as EP, as privadas... mas quem trabalha por conta de outrém...vai emagrecendo cada vez mais!
Pelos valores de Abril... rapidamente!
Há praí um anónimo que acha que assim é que está certo: que a Banca ganhe sempre. Defender outra coisa é pura demagogia...
Num contexto em que a as políticas só servem para legalizar (e justificar) este saque, razão tinha Brecht: pior do que assaltar um banco é fundar um banco...
Sem qualquer demagogia...
Um abraço
Para mim, numa dessas "voltas" ficavam novamente sem a banca... e desta vez, de uma vez!
Ah... e não é demagogia. É mesmo o que eu quero que venha a acontecer.
Abraço.
Os anónimos fazem-me rir! Os banqueiros são os chefes dos salteadores.
Razão tinha e continua a ter o Zeca quando nos canta os Vampiros.
"ELES COMEM TUDO, ELES COMEM TUDO E NÃO DEIXAM NADA"
Um Abraço
Graciete Rietsch: qualquer dia, qualquer dia...
Um beijo.
joão l.henrique: que esse dia não tarde...
Um abraço.
anónimo: pois... «o caos no país» é que não: é preciso é que «reine a paz em todos os lares e haja paz nos espíritos e nas ruas»...
Anjos: os valores de Abril; aí está uma coisa em que a Banca nem pode ouvir falar...
Um abraço.
Manuel Rodrigues: grande verdade - e tão óbvia...
Um abraço.
samuel: já somos dois...
Um abraço.
Antuã: chefes da quadrilha...
Um abraço.
Hilário: os «mandadores sem lei» andam por aí...
Um abraço.
Já somos três...
Um beijo grande.
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