POEMA

O MAR

A voz branca que está no mato
perde-se na imensidão do mar.
Lá vai!
O sol bem alto
é uma atrapalhação de cor
- Abacaxi sàfu nona
carregozinho do barco...

Um tubarão passando
é um risco de frescura.
Lá vai!

O barco deslizando
só com a vontade livre e certa do negro
lá vai!...


Francisco José Tenreiro

(«Ilha de Nome Santo»)

5 comentários:

Nelson Ricardo disse...

Em todos os poemas de Tenreiro, pode entrever-se nos versos a certeza da verdade operária na exploração do mundo capitalista.

Um Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Quem plantou e colheu os frutos?
Quem carregou o barco?
Para onde vai o barco?
Quem recebe os lucros?

Outro maravilhoso poema!

Um beijo.

GR disse...

Muito bonito de grande reflexão.

Bjs,

GR

samuel disse...

Todos temos que usar os nossos remos... e a vontade livre e certa.

Abraço.

Maria disse...

Também o nosso barco irá. Mais tarde ou mais cedo...

Um beijo grande.