POEMA

ANTES QUE SEJA TARDE


Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.


Manuel da Fonseca

6 comentários:

Maria disse...

Este poema do Manel da Fonseca é lindo! Mora na ilha faz tempo...

Um beijo grande e até já.

svasconcelos disse...

Que poema!! Um apelo à vida, ao colectivo...lindo!...Lutar pelo colectivo,em detrimento do individualismo egoista e narcisico.
beijo,

joaquim adelino disse...

Tenho um blogue Sobre Corridas mas estas questões aqui tratadas sinto-as com muita emotividade e por isso quero-lhe dar os parabéns por tão conseguido Blogue que versa fundamentalmente a defesa e luta pelos mais pobres e desfavorecidos e por um Portugal melhor.
Adicionei-o ao meu blogue num link especialmente aberto para o efeito na coluna do lado direito.
Se ver qualquer inconveniente diga que eu o retirarei de lá.
Abraço.

Fernando Samuel disse...

Maria: e lá nos encontrámos...
Um beijo grande.

smvasconcelos: MANUEL DA FONSECA...
Um beijo.

joaquim adelino: obrigado pela visita e pelo comentário. Na primeira oportunidade visitarei o seu blogue.
Um abraço.

samuel disse...

Grande Manuel!
Que coisa bonita!

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Este maravilhoso poema de Manuel da Fonseca tem a sua melhor repercussão na Manifestação de ontem.

Um beijo.