POEMA

VEJO-OS PASSAR FUGAZMENTE


Vejo-os passar fugazmente, com difíceis
sorrisos, cheios de palavras inúteis,
que eles vaziaram quase sem reparar,
ao fim duns anos de verem a mesma
cara ao espelho, ao largo de uma revolta
que os sobressaltou há tempos e agora não sabem
o que hão-de fazer dela. Cada vez mais externo,
não há nada deles, apesar dos fatos únicos,
apesar do gesto que ensaiam cada noite
com um desassossego ansioso de primado.
Para quê saber quem são e donde vêm?
Acompanhados de fantasmas e sombras,
satisfatoriamente dotados, tristes objectos
que se forjaram, às cegas marcham
pelos poucos caminhos em que a estrela brilhe.


Francesc Vallverdû

5 comentários:

Maria disse...

Mais um poeta que desconhecia, e que aprendo aqui... que bom...
Obrigada, Fernandlo Samuel!

Um beijo grande

samuel disse...

Belo retrato desta maioria.

Abraço

Anónimo disse...

Olá! Hoje não venho comentar nenhum post, mas sim deixar uma informação.
O Municipio de Aljustrel esta a organizar a 3ª edição do concurso de fotografia "Olhar a Liberdade", quem estiver interssado poderá consultar o regulamanto do mesmo em: http://www.mun-aljustrel.pt/noticias/olhar-a-liberdade_web2.pdf

Agradeço divulgação

Abraço

Ana Camarra disse...

Não se sabe de onde vêm nem para onde vão...

Fernando Samuel disse...

Maria: e há tantos que desconhecemos!...
Um beijo grande.

samuel: sem dúvida...
Um abraço.

Anónimo: obrigado pela informação.
Abraço.

Ana Camarra: andam por aí...
Um beijo.