Os bispos portugueses, reunidos em Fátima, debruçaram-se sobre o magno problema do casamento entre homossexuais.
Podiam ter-se debruçado sobre muitas coisas importantes. Mas não: optaram por este tema.
E estão no seu direito, reconheça-se.
Depois de terem mergulhado a fundo no assunto, tomaram a decisão de, nas próximas eleições, «apelar ao voto contra quem defende os casamentos "gay"».
O que significa, deduzo eu, que apelam ao voto em quem está contra os ditos casamentos...
E, mais uma vez reconheço, têm todo o direito de decidir como decidiram.
Foi pena, no entanto - isto digo eu - que os bispos não se tenham debruçado também sobre, por exemplo, o desemprego, a precariedade, os salários em atraso, as reformas e pensões miseráveis, a pobreza, a fome, a miséria.
Se tal fizessem e se utilizassem o mesmo critério em matéria eleitoral, apelariam ao voto contra os responsáveis por esses flagelos sociais - o que significaria apelarem ao voto em quem luta contra esses flagelos...
E então outro galo cantaria no que toca a resultados eleitorais...
Mas não. E percebe-se: é que esses dramas brutais que atingem a imensa maioria dos portugueses, prendem-se com aquilo a que, desde a Idade Média, os bispos antepassados dos actuais designavam por «ordem natural das coisas», ou seja: a ideia de que «ricos e pobres sempre houve e há-de haver»...
Acresce que, segundo os bispos de antanho e os de agora, os pobrezinhos - pobrezinhos mas honrados... - terão sempre um lugarzinho garantido no Céu, enquanto que os ricos (tomem lá para aprenderem...) só lograrão alcançar o Céu se, na Terra, particarem essa suprema virtude teologal que é a Caridade.
Por isso - e a confirmar que Deus não dorme e os bispos pensam em tudo - foi criada esta outra ideia básica essencial que é a cereja no magnífico bolo da harmonia universal: é preciso que os ricos sejam cada vez mais ricos para poderem dar maiores esmolas aos pobres...
Ora, estando os problemas sociais assim resolvidos por Obra e Graça de Deus (com competentíssima assessoria dos bispos, registe-se), percebe-se que a preocupação dos bispos, em Fátima, se tenha direccionado para o magno problema dos «casamentos "gay"».
Ad majorem Dei gloriam, é claro.
Podiam ter-se debruçado sobre muitas coisas importantes. Mas não: optaram por este tema.
E estão no seu direito, reconheça-se.
Depois de terem mergulhado a fundo no assunto, tomaram a decisão de, nas próximas eleições, «apelar ao voto contra quem defende os casamentos "gay"».
O que significa, deduzo eu, que apelam ao voto em quem está contra os ditos casamentos...
E, mais uma vez reconheço, têm todo o direito de decidir como decidiram.
Foi pena, no entanto - isto digo eu - que os bispos não se tenham debruçado também sobre, por exemplo, o desemprego, a precariedade, os salários em atraso, as reformas e pensões miseráveis, a pobreza, a fome, a miséria.
Se tal fizessem e se utilizassem o mesmo critério em matéria eleitoral, apelariam ao voto contra os responsáveis por esses flagelos sociais - o que significaria apelarem ao voto em quem luta contra esses flagelos...
E então outro galo cantaria no que toca a resultados eleitorais...
Mas não. E percebe-se: é que esses dramas brutais que atingem a imensa maioria dos portugueses, prendem-se com aquilo a que, desde a Idade Média, os bispos antepassados dos actuais designavam por «ordem natural das coisas», ou seja: a ideia de que «ricos e pobres sempre houve e há-de haver»...
Acresce que, segundo os bispos de antanho e os de agora, os pobrezinhos - pobrezinhos mas honrados... - terão sempre um lugarzinho garantido no Céu, enquanto que os ricos (tomem lá para aprenderem...) só lograrão alcançar o Céu se, na Terra, particarem essa suprema virtude teologal que é a Caridade.
Por isso - e a confirmar que Deus não dorme e os bispos pensam em tudo - foi criada esta outra ideia básica essencial que é a cereja no magnífico bolo da harmonia universal: é preciso que os ricos sejam cada vez mais ricos para poderem dar maiores esmolas aos pobres...
Ora, estando os problemas sociais assim resolvidos por Obra e Graça de Deus (com competentíssima assessoria dos bispos, registe-se), percebe-se que a preocupação dos bispos, em Fátima, se tenha direccionado para o magno problema dos «casamentos "gay"».
Ad majorem Dei gloriam, é claro.
15 comentários:
E se eu dissesse que tanto os bispos (extrema-direita), o BE (extrema-esquerda?) e o PS usam esta questão para desviar as atenções daquilo que realmente interessa? Diziam que eu estava maluco ao pôr no mesmo saco o BE e a padralhada. Mas é o que me parece.
Abraço
São uns artistas a analisar as prioridades do país. Qundo é que alguém lhes diz alto e bom som, que prioridade não é aquilo que interessa aos priores?
Abraço
Fernando Samuel
Os pobrezinhos até dão geito...
beijo
segundo o JN de hoje, diz Manuel Morujão (porta voz da Conf Epicopal que "há outras prioridades sobre as quais os politicos se deveriam empenhar, como sejam a crise e o apoio às familias".
J.Z.Mattos
Onde é que alguma vez os bispos, reunidos onde quer que fosse, poderiam apelar em quem luta contra o desemprego, a precariedade, os salários em atraso, as reformas e pensões miseráveis, a pobreza, a fome, a miséria?
É que nem completamente alcoolizados fariam semelhante coisa...
Pois!
Um beijo grande
De assinalar que o "pontapé de saída" foi dado pelo Sócrates que introduziu a questão. Raios me partam se não há aqui o dedinho de uma central de propaganda. A meu ver trata-se de uma "campanha negra" (!) para que os verdadeiros problemas não sejam discutidos. Outro tema que está a ser introduzido é o da eutanásia. Mais um tema caro a quem nos quer distrair. Só falta voltarem à IVG (mas talvez a Manuela F L trate do assunto).
Que seria dos fariseus se não fossem os pobrezinhos para dar uma esmolinha por amor de deus.
Como eles não têem medo que o São Pedro lhes puxe as orelhas!
A verdade é que:-ainda hoje nas escolas a influência é terrivel, temos de ser nós a dizer aos miúdos, que a religião é uma história como a Branca de neve e os sete anões, não faz mal saber, o que faz mal é usar!
abraço
Destes 'rapazes' pouco mais se espera...
Abraço
Por isso é que um amigo meu que passou por Fátima me disse que viu por lá uma fumarada...
é caso para dizer: valha-nos santa engrácia...
ehehehehe
abraço
Verifica o comunicado da Conferência Episcopal no parágrafo sobre o assunto.
E depois diz-me se o português não está de tal maneira, que o que lá está é que apoiam a adopção de crianças por casais homosexuais...
Crixus:e olha que muitas vezes o que (nos) parece, é...
Um abraço.
samuel: boa!
Um abraço.
Ana Camarra: além de que, sem pobrezinhos isto não tinha graça nenhuma...
um beijo.
J.Z.Mattos: ah bom, então assim está tudo resolvido...
até à próxima.
Maria: sendo assim, o melhor é nem lhes dar de beber...
Um beijo grande.
jorge: é isso: é mais uma campanha negra conduzida por poderes ocultos...
Um abraço.
Antuã: os indispensáveis pobrezinhos...
Um abraço.
poesianopopular; o S. Pedro é boa pessoa, não faz mal a ninguém...
Um abraço.
Ludo Rex: e, mesmo assim, já é esperar muito...
um abraço.
salvo conduto: ora aí está a explicação...
(não consigo acesso à caixa de comentários do salvo conduto)
Um abraço.
antónio lains galamba: e mais as santas todas...
Abração.
o castendo: de facto, a língua portuguesa é muito traiçoeira...
Um abraço.
"In nominem patrem, ed filium, ed spiritum santum. Amen!"
Abraço
Rui Silva
Rui Silva: Amén!
Um abraço.
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