Estamos perdidos! Nós, portugueses, e a nossa língua portuguesa: o escritor António Lobo Antunes anunciou, há dias, que deixará de escrever daqui a dois anos!
Como não podia deixar de ser, a notícia deixou o País em verdadeiro e dramático estado de choque. Consta que desde a mais escusa taberna da serra algarvia à mais remota botica do nordeste trasmontano, passando pelas grandes superfícies literárias da Capital, não se fala de outra coisa... - e, em todo o lado, o ambiente vivido é de profunda dor e de sentido pesar.
«Pois é verdade que o António vai deixar de escrever?»
«Infelizmente assim é, para nosso infortúnio e nossa desgraça»
«E agora, que vai ser da língua portuguesa?»
«Sei lá!... só sei que estamos perante uma dramática catástrofe, um horroroso cataclismo, um catastrófico e horroroso tsunami...»
Diálogos como o acima citado - e mesmo mais dramáticos ! - multiplicam-se por toda a Terra Pátria, invadida de pungente pranto.
E é caso para isso.
Senão vejamos: sabemos, porque António - ele mesmo, o próprio - nos disse repetidas vezes que ninguém escreve como ele: «Ninguém escreve assim» - decidiu e mandou publicar, há tempos.
E para que não restassem dúvidas, fez questão de deixar claro que: «Não tenho a menor dúvida de que não há, na língua portuguesa, quem me chegue aos calcanhares».
Pois nem Fernão Lopes, Gil Vicente, Frei Luís de Sousa, António Vieira?...
Não, ninguém chega aos calcanhares do António.
Pois nem Verney, Garrett, Camilo, Eça, Aquilino, Pessoa?...
Tudo isso é peixe miúdo, longe, muito longe dos calcanhares do António.
E Saramago?...
Já cá faltava... sobre esse insignificante António já disse que nunca o leu mas não gosta dele...
Mas é Prémio Nobel, o único, até hoje, da língua portuguesa...
Irra!, António já disse que nem pode ouvir falar nisso e que, esse, esse, esse, esse... nem às redondezas do seus calcanhares chega...
Assim é, de facto: António gosta, absoluta e exclusivamente, de si próprio.
E nesse gostar absoluto e exclusivo gastou todo o seu potencial de gosto...
E agora?: sem António... o que será de António?...
Como não podia deixar de ser, a notícia deixou o País em verdadeiro e dramático estado de choque. Consta que desde a mais escusa taberna da serra algarvia à mais remota botica do nordeste trasmontano, passando pelas grandes superfícies literárias da Capital, não se fala de outra coisa... - e, em todo o lado, o ambiente vivido é de profunda dor e de sentido pesar.
«Pois é verdade que o António vai deixar de escrever?»
«Infelizmente assim é, para nosso infortúnio e nossa desgraça»
«E agora, que vai ser da língua portuguesa?»
«Sei lá!... só sei que estamos perante uma dramática catástrofe, um horroroso cataclismo, um catastrófico e horroroso tsunami...»
Diálogos como o acima citado - e mesmo mais dramáticos ! - multiplicam-se por toda a Terra Pátria, invadida de pungente pranto.
E é caso para isso.
Senão vejamos: sabemos, porque António - ele mesmo, o próprio - nos disse repetidas vezes que ninguém escreve como ele: «Ninguém escreve assim» - decidiu e mandou publicar, há tempos.
E para que não restassem dúvidas, fez questão de deixar claro que: «Não tenho a menor dúvida de que não há, na língua portuguesa, quem me chegue aos calcanhares».
Pois nem Fernão Lopes, Gil Vicente, Frei Luís de Sousa, António Vieira?...
Não, ninguém chega aos calcanhares do António.
Pois nem Verney, Garrett, Camilo, Eça, Aquilino, Pessoa?...
Tudo isso é peixe miúdo, longe, muito longe dos calcanhares do António.
E Saramago?...
Já cá faltava... sobre esse insignificante António já disse que nunca o leu mas não gosta dele...
Mas é Prémio Nobel, o único, até hoje, da língua portuguesa...
Irra!, António já disse que nem pode ouvir falar nisso e que, esse, esse, esse, esse... nem às redondezas do seus calcanhares chega...
Assim é, de facto: António gosta, absoluta e exclusivamente, de si próprio.
E nesse gostar absoluto e exclusivo gastou todo o seu potencial de gosto...
E agora?: sem António... o que será de António?...
10 comentários:
Ai Tóino Tóino
What a poor man you are
Ai Tóino Tóino
Nem umas meias tens p'rós feet.
Ai antónio, isto é o conhecimento do Inferno!...
E agora? Que vai ser de nós?
Esta tua prosa gulosa,consegue satisfazer o rei dos gulosos!
Eu, só estou a ver a tua cara e o teu ar de ironia ao pronunciares estas palavras.
Abraço grande.
Pois é, e agora?... E agora, António?
Abraço
Eu tenho a Inês que procuro
Concordo que ele é pedante e pensa que o umbigo dele é o centro do Mundo. Creio que já pensou mais.
Mas eu gosto do que ele escreve...
E acho que a cena do Saramago é apenas uma questão de ciúmes...
:)
Um beijo grande
tem uma escrita carregada de vaidade e arrogância. só li cem páginas dele. prometi para nunca mais! se vai parar de escrever, e se isso o fizer apagar das nossas televisões então... ufa! haja deus.
samuel: boa!!!
Um abraço.
Antuã. nos cus de judas...
Um abraço.
poesianopopular: podes crer...
Um abraço.
Ludo Rex: pois: e agora, antónio?
Um abraço.
F: a Inês?...
Abraço.
Maria: um ciúme cego e surdo, mas que , infelizmente, não é mudo...
Um beijo grande.
Antonio Lains Galamba: há males que vêm por bem?...
Abração.
Fernando Samuel
Por acaso gosto de o ler, mas também sei que enquanto pessoa é uma coisa atroz.
Vai deixar de escrever?! Paciência.
Parece uma coisa á Santana Lopes.
beijos
Ana Camarra: e olha que parece mesmo...
Um beijo.
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