NOS RAMOS DOS SALGUEIROS
E como poderíamos nós cantar
com o pé estrangeiro sobre o peito,
abandonados os mortos pelas praças
na dura erva gelada,
o balido impotente das crianças,
o uivo negro da mãe que tropeçava contra o filho
crucificado no poste telegráfico?
Nos ramos dos salgueiros, como um voto,
também as nossas cítaras pendiam
levemente oscilando ao triste vento.
Salvatore Quasimodo
6 comentários:
Bonito, triste e forte.
beijos
Não tenho palavras.
Um beijo...
Bonito e forte...
Esperamos por ti...
E como poderíamos nós cantar?
Se naquela madrugada...
a voz da rádio se calasse?
Um beijo, amigo
Ausenda
Com a voz embargada e as cordas doridas...
Tão triste é este poema!
Hoje mais do que nunca, dói ler este belo poema.
GR
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