Chega a ser comovente a preocupação manifestada pelo Público com a «situação financeira do PCP».
Há dias, em extensa peça, uma jornalista deu-nos conta das conclusões sobre a matéria a que chegou após ter treslido as Teses do XVIII Congresso - conclusão que exemplarmente resumiu assim, mais coisa menos coisa: a situação financeira actual é insustentável e o PCP vai despedir funcionários.
Vejamos agora, em resumo, o que sobre a matéria dizem as Teses:
1 - a fonte de receitas básica e essencial do PCP radica nas quotizações, nas contribuições dos militantes e dos eleitos, nas inicativas várias de angariação de fundos (de que a Festa do Avante é a mais relevante) - enquanto que outros partidos (PS, PSD, CDS/PP e BE) vivem sobretudo do financiamento do Estado;
2 - a Lei de Financiamento dos Partidos - reforçando fortemente o financiamento do Estado e penalizando gravemente as inicativas partidárias - veio criar grandes dificuldades ao PCP (que vive sobretudo das suas receitas próprias) e veio facilitar a vida aos partidos que vivem essencialmente à custa do Estado - e que, por isso, a revogação dessa lei antidemocrática constitui um objectivo da luta dos comunistas;
3 - apesar da evolução positiva nas receitas e no esforço para conter ou diminuir as despesas, as contas do Partido, entre 2004 e 2007, apresentaram resultados negativos;
4 - isso criou uma situação insustentável que exige a definição de medidas adequadas e a concretização dessas medidas - e as Teses apontam, a seguir, e propõem ao colectivo partidário, um vasto conjunto de medidas, uma das quais é «a gestão, contenção e mesmo redução de despesas, particularmente daquelas que sendo custos de estrutura não implicam directamente com a acção política, designadamente a diminuição do peso relativo de funcionários sem tarefas de organização, de modo a contribuir para o equilíbrio financeiro indispensável à sustentabilidade do Partido e à manutenção da sua intervenção política».
Como se vê, é grande a diferença entre a tresleitura das Teses feita pelo Público e o que as Teses realmente dizem - tão grande que bem se pode dizer que o Público... leu outras teses...
O PCP já esclareceu o Público sobre o assunto, já lhe disse que, como pode ler-se nas Teses, a «diminuição do peso relativo de funcionários sem tarefas de organização» não significa «despedir funcionários» - que, pelo contrário, tal proposta consagra, isso sim, a possibilidade do aumento do número de funcionários que têm tarefas de organização.
O Público - sem reconhecer que tinha errado - publicou parte do esclarecimento do PCP - o suficiente, diga-se, para qualquer leitor atento perceber que o jornal tinha errado...
Nisto tudo o que mais me espanta - e me comove... - é esta preocupação do jornal da Sonae precisamente com a situação financeira do PCP - parecendo nada se preocupar com a sua própria situação financeira...
É que, como é sabido, o Público vive uma situação financeira que só é sustentável porque a Sonae despeja para lá milhões de euros todos os anos - disso dependendo, exclusivamente, o tempo de vida do jornal...
Quanto ao PCP - que depende de si próprio: dos seus militantes, da sua qualidade de partido da classe operária e de todos os trabalhadores - o colectivo partidário comunista saberá definir as medidas necessárias para resolver os problemas existentes, e sairá do XVIII Congresso em condições de, também financeiramente, fortalecer o Partido.
Há dias, em extensa peça, uma jornalista deu-nos conta das conclusões sobre a matéria a que chegou após ter treslido as Teses do XVIII Congresso - conclusão que exemplarmente resumiu assim, mais coisa menos coisa: a situação financeira actual é insustentável e o PCP vai despedir funcionários.
Vejamos agora, em resumo, o que sobre a matéria dizem as Teses:
1 - a fonte de receitas básica e essencial do PCP radica nas quotizações, nas contribuições dos militantes e dos eleitos, nas inicativas várias de angariação de fundos (de que a Festa do Avante é a mais relevante) - enquanto que outros partidos (PS, PSD, CDS/PP e BE) vivem sobretudo do financiamento do Estado;
2 - a Lei de Financiamento dos Partidos - reforçando fortemente o financiamento do Estado e penalizando gravemente as inicativas partidárias - veio criar grandes dificuldades ao PCP (que vive sobretudo das suas receitas próprias) e veio facilitar a vida aos partidos que vivem essencialmente à custa do Estado - e que, por isso, a revogação dessa lei antidemocrática constitui um objectivo da luta dos comunistas;
3 - apesar da evolução positiva nas receitas e no esforço para conter ou diminuir as despesas, as contas do Partido, entre 2004 e 2007, apresentaram resultados negativos;
4 - isso criou uma situação insustentável que exige a definição de medidas adequadas e a concretização dessas medidas - e as Teses apontam, a seguir, e propõem ao colectivo partidário, um vasto conjunto de medidas, uma das quais é «a gestão, contenção e mesmo redução de despesas, particularmente daquelas que sendo custos de estrutura não implicam directamente com a acção política, designadamente a diminuição do peso relativo de funcionários sem tarefas de organização, de modo a contribuir para o equilíbrio financeiro indispensável à sustentabilidade do Partido e à manutenção da sua intervenção política».
Como se vê, é grande a diferença entre a tresleitura das Teses feita pelo Público e o que as Teses realmente dizem - tão grande que bem se pode dizer que o Público... leu outras teses...
O PCP já esclareceu o Público sobre o assunto, já lhe disse que, como pode ler-se nas Teses, a «diminuição do peso relativo de funcionários sem tarefas de organização» não significa «despedir funcionários» - que, pelo contrário, tal proposta consagra, isso sim, a possibilidade do aumento do número de funcionários que têm tarefas de organização.
O Público - sem reconhecer que tinha errado - publicou parte do esclarecimento do PCP - o suficiente, diga-se, para qualquer leitor atento perceber que o jornal tinha errado...
Nisto tudo o que mais me espanta - e me comove... - é esta preocupação do jornal da Sonae precisamente com a situação financeira do PCP - parecendo nada se preocupar com a sua própria situação financeira...
É que, como é sabido, o Público vive uma situação financeira que só é sustentável porque a Sonae despeja para lá milhões de euros todos os anos - disso dependendo, exclusivamente, o tempo de vida do jornal...
Quanto ao PCP - que depende de si próprio: dos seus militantes, da sua qualidade de partido da classe operária e de todos os trabalhadores - o colectivo partidário comunista saberá definir as medidas necessárias para resolver os problemas existentes, e sairá do XVIII Congresso em condições de, também financeiramente, fortalecer o Partido.
12 comentários:
Só se justifica que a jornalista tenha tirado as conclusões que tirou se tiver lido outro texto qualquer, que não as Teses. Mais um episodio dos vários que já assistimos e outros que estamos á espera, enquadrado na campanha anti-PCP em vesperas de Congresso.
Vai-se a ver e a Sonae, numa de mecenas, ainda tenta comprar o Avante!
A jornalista não leu outras teses. Leu mesmo as verdadeiras. Tem é que agradar ao patrão, que também as leu e as percebeu.
Agora que a dor de cotovelo é dolorosa, ninguém tem dúvidas.
Trata-se de preocupação genuína... Belmiro de Azevedo e claro, José Manuel Fernandes, amam o PCP.
Chega a esta altura, vésperas de Congresso e a um ano de várias eleições e ficam todos muito preocupados com o PCP.
De facto certas pessoas continuam a ter muito medo dos comunistas, porque será?
beijos
Desta vez há falta de rachados em vésperas de Congresso já que o Henriquinho não foi novidade. Vamos às finanças porque este Partido não tem o apoio dos mafiosos do imobiliário e outros. O partido financeiramente tem o problema que têm os trabalhadores. nem mais nem menos.
É o último parágrafo do teu post que os põe a divagar e que os incomoda, Fernando Samuel. Ao Público e aos outros. Porque somos NÓS quem discute e resolve os eventuais problemas que existam. E o Partido, que é NOSSO, sairá sempre mais forte, como "subirá sempre mais alta" a nossa bandeira...
Um beijo grande
O que lhes dói, é a nossa capacidade de depender-mos de nós próprios, porque isso é um exemplo de governabilidade que eles não conseguem, por que lhes falta a capacidade, de luta e de militância e o espírito de servir ao povo.
Eles temem que o povo se aperceba e que os questione, por tal facto descrevem a situação financeira do PCP como aquela que eles gostariam que fosse.
Abraço
não sei porque estranham. vale tudo. principalmente em vésperas de congresso.
cá estamos. para o que der e vier. como sempre.
Esta, é mais uma das muitas provocações, que vamos ter que assistir por parte dos orgãos da comunicação social do grande capital, até ao Congressso do nosso Partido.Mas nós, vamos mais uma vez resistir.
Só a verdade é revolucionária!
A Ana Camarra não percebe nada disto. Pergunta porque é que eles tèm medo dos comunistas. Então não sabe que eles, os comunistas, comem criancinhas ao pequeno almoço e dão injecções atrás da orelha aos velhinhos? Nem parece dela.
um abraço
crixus: ela tresleu as Teses...
Um abraço.
lúcia: experimentem e vão ver a resposta que têm...
um beijo amigo.
alex campos: eles percebem tudo; só não querem que os outros percebam...
Um abraço.
samuel: sem dúvida: é um amor do caraças...
Abraço.
ana camarra: eles lá sabem porquê...
Um beijo.
antuã: nem mais nem menos!
Um abraço.
maria: é isso: o que os incomoda é nõs sermos o que somos, como somos, ect.
Um beijo grande.
poesianopopular: o que eles querem... sabemos nós.
Um abraço.
antonio lains galamba: como sempre!
abraço grande.
hilário: claro que ainda agora a procissão vai no adro; mas nós cá estamos.
Um abraço.
alex campos: isso e muito pior do que isso, estes comunistas são do pior...
Abraço.
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