De ramo em ramo
De ramo em ramo
O branco do linho ou dos muros
do sul,
o carmim matutino,
o claro azul mediterrâneo, o limão
húmido ainda,
o laranja, o verde das oliveiras
prateado, o amarelo exausto
de glória, o violeta adormecido
da flor que lhe dá nome,
o ocre do trigo ceifado
o negro quase
materno da terra lavrada,
é nos olhos que são ave
de ramo em ramo concertada.
Eugénio de Andrade
foto: rua de Beja, Junho de 2008
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6 comentários:
António
Em primeiro lugar, Eugénio de Andrade é um dos meus poetas de eleição.
Em segundo lugar sou uma pessoa "solar", mediterranica, latina.
Gosto dos nossos, cheiros,do ocre, das casas caiadas, do mar azul (é só o que falta) temperos e musica do Sul.
Portanto, muito obrigado
Muito belo este poema do Eugénio de Andrade. Este não, são todos belos.
A fotografia de Beja sim, é muito bonita...
Um abraço
ana camarra: é ao sul o sol, o sonho. um beijo
maria: eugénio é , sem dúvida, um dos maiores. a cal, as flores, os frutos, as coisas simples. Beja é uma cidade cheia de encantos, principalmente porque nos permite a calma para a contemplar. um beijo
Vou deixar de vir aqui, porque se o amigo continuar este trilho, corro sérios riscos, não arrisco.
E desta vez não há mimos pra ninguém!
Esta maneira simples e bela de ver as coisas, incluindo esta bela foto noturna de uma rua de Beja!
Parabens camarada Galamba.
abraço grande
Identifico-me com tudo o que este poema nos brinda. Boa escolha.
Abraço
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