A SIC em reportagem especial ensina-nos a poupar cerca de 500€ mensais. Deduzo que só o poderá fazer quem receber para cima dos 1000€. Mas tomemos como exemplo uma pessoa que vive sozinha, e que tem como ordenado 1000€ mensais (aproximadamente o ordenado de um técnico superior). E tentaremos descobrir o que tem que fazer para poupar esses tais 500€ mensais. Para começar, diz-nos o repórter da SIC, tem que tomar o pequeno almoço em casa: poupando assim os 2€ do galão, sandes de fiambre e café. Ao final do mês poupar-se-iam cerca de 40€. Ao almoço repete-se as operações: aqueles 2 dias semanais em que, por simples preguiça ou prazer, se almoçava fora também vão ter que desaparecer: todos os dias se terá que levar almoço de casa. Para lanchar? Poupe-se os 2,1€ correspondentes ao bolo e sumo de laranja, está claro. Fumar? Está fora de questão, 3,3€ diários que se poupa. Para encher os carros com gasolina, acorra às grandes estruturas comerciais, poupando 2,5€ por cada 50€, diz-nos o repórter empurrando-nos, vá-se lá imaginar a coincidência, para as outras empresas dos seus patrões (Continente, neste caso). Como vêem, é simples: deixando todos os pequenos prazeres do dia-a-dia para trás, consegue-se poupar cerca de 500€ mensais. Ainda bem que respirar não paga taxa, senão até da vida nos sugeririam que abdicássemos...
23 comentários:
Á escola fui aprender
Parte deste meu saber
O trabalho deu-me a ilusão
Que podería enriquecer
Se conseguisse sobreviver
Apenas com água e pão!
Abraço, a luta continua!
Eu vi a reportagem, vergonhoso que tenhamos chegado a este ponto... Há muito que muita gente não tem pequenos prazeres, há muito que...
Onde chegaremos, será que este Povo não acorda?
Abraço
E suspeito que lá pelos corredores e nas chefias das televisões que nos dão estes sinapismos, ainda se ficam a rir... e bem!
Não vi a reportagem, mas pode ser que repitam...
Como moro relativamente perto da SIC pode ser que um dia destes comece a ir lá almoçar e jantar ao refeitório... será que eles notarão uma boca a mais?
Um abraço
Por este andar estou aqui, estou rico...
Abraço.
Brilhante post!
Também tive a infelicidade de ver essa reportagem.
Eu disse reportagem???
e se deixar de fazer outras coisas?talvez tambem poupe energia!...
Não vi, felizmente, poupei-me a essa irritação.
No fundo é simples, para não morrermos teremos de deixar de viver, não é?
È claro que não foi citado mas coisas como livros, discos, concertos, jornais, revistas e museus devem ser proibidas, não é?
Luxos!
beijos
Não vi a reportagem, nem fiquei com vontade de a ver. Mas na realidade eu procuro poupar em pequenas coisas como estas. Só assim posso dar , gratuitamente, sem viagens pagas, sem um click, como há algum tempo um dos comentadores deste blogue dizia, algum conforto(??), não estou a falar de caridade, a quem nada tem e que não sabe lutar para o ter, quem não conhece direitos, só deveres.
Ficaria "horrorizada" isso sim, se me aconselhassem a poupar no pão(sentido lato), nos livros, nos medicamentos,.... o que infelizmente muita gente tem que fazer.
Desculpem-me mas desde que "meto o nariz" neste cantinho, este foi o pior post que li. Não acho que tenha a ver com a essência e o objectivo do CRAVO DE ABRIL.
Sou sincera, por natureza, e só assim me permito colaborar neste post. Não conheço nenhum de vós e muito menos o José Neves, para ele um abraço.
Maria Teresa,
Muito agradeço a sua visita regular e os comentários aos artigos que são colocados neste blog.
Permita-me que, relativamente à consideração que fez ao artigo em referência, que explique por que razão acha que não tem a ver com a essência do CRAVO DE ABRIL.
Está à vista o teor e objectivo da reportagem (i.e. na minha opinião).
Gostava sinceramente de saber a sua.
Obrigado.
Melhores cumprimentos,
João Filipe Rodrigues
Ou como cantavam os mineiros do País de Gales:
"Save the whiskey for the workers,
Save the whiskey for the workers,
Save the whiskey for the workers,
Cause the red revolution comes...
Here she's coming!"
Como princípio, estabelecido por mim,"estou aqui"a tentar comentar, com alguma utilidade espero, os textos que vão surgindo. Decidi, tal como já o disse anteriormente, não fomentar diálogo com outros comentadores. No caso de algum estar muito interessado em tal,há um caminho possível, indicar o seu correio electrónico que eu estarei disponível para a "discussão".
Considero o CRAVO DE ABRIL (recomendado por um amigo) um "local" de qualidade, que aborda e alerta para problemas vitais da nossa sociedade e dos tempos conturbados que a humanidade atravessa, sem falar no aspecto poético que tanto me agrada. A sua essência e objectivos estão definidos no lado direito, por baixo da figura lidíssima da mão com um cravo.
não vejo onde morará a diminuição deste post se a teresa disser que é o pior! pior se comparado com a excelência não é obrigatoriamente menor.ainda que, desculpe teresa, não concorde de todo com a sua opinião (o que aliás não é a primeira vez!). não percebo porque acha que não se enquadra no objectivo e essencia do cravo... é a opinião livre e libertária perante um sistema que nos quer fazer crer que podemos sobreviver, desde que seja como escravos. caso contrário a culpa é nossa, que não conseguimos viver sem respirar...
josé neves: EXCELENTE POST.
Esta postagem serve de alerta para a real situação que o país atravessa com esta crise do capitalismo neo-liberal. José Neves, boa chamada de atenção para o que não queremos para Portugal.
Abraço
Pois eu também não percebo porque é que este texto é "menor" ou mais pobre.
É um alerta importante.
Cada um tem a sua forma de escrever, tal como de comentar, a sinceridade é uma coisa muito importante, mas quando me deparo com algo que não gosto ou não me interessa, opto por não comentar.
È a minha forma, não quer dizer que tenha de ser assim com todos.
Mas gostei deste texto reflecte o marasmo e a cretinice dos meios de comunicação que não focam o cerne da questão e derivam para estas chachadas.
Mais ainda, criam na cabeça dos portugueses que se passam mal, se tem dificuldades a culpa é deles, só deles, porque se dão a luxos...
EXCELENTE ARTIGO!
Com uma outra abordagem já foquei esta pérola em "aspalavrassaoarmas".
cara teresa.
volto à carga apenas porque penso que o meu comentário poderá ter uma interpretação ambígua e não quero, de forma nenhuma, deixar que sobreviva algum mal-entendido: quando refiro que já não é a primeira vez que discordo de si, nunca o comentei porque o Fernando Samuel o «fez por mim». quer isto dizer, senti-me representando nos argumentos do meu camarada e não achei de funda necessidade - por não haver mais que dizer - referir-lhe também a minha discordância - visto que ela já tinha ficado referida, na resposta, pelo Fernando. a teresa, como todos, é muito bem vinda a este blog, facto que, aliás, me enche de alegria. a discordância nalguns assuntos (mito poucos, ainda por cima ) é salutar e tem proporcionado esclarecimentos muito úteis à formação humanista de todos nós. espero que não fique de forma alguma sensibilizada negativamente. os seus comentários aos meus textos, particularmente, têm sido muito «saborosos» para mim e agradeço-lhe a atenção que sempre demonstra.
um abraço
Boa noite. Pois não vi o disparate da reportagem!Pois deve ser uma brincadeira de mau gosto,gostava de ver quem fala assim,a ter que se governar com tão pouco xelim,como conheço alguns.
Abraço e bom post este.
Boa tarde,
obrigado por todos os comentários aqui feitos: um sentido abraço. Cabe-me apenas esclarecer que escrevi o post criticando o desplante com que os senhores do capital nos incitam a cortar naquelas pequenas coisas que são inerentes à nossa condição humana. Porque não é o tomar um pequeno almoço num café, almoçar 2 vezes por semana num restaurante, ou lanchar fora que nos faz estar na base da pirâmide social. É sim a petulância dos senhores que encomendaram a dita reportagem, angariando milhares de milhões de euros para a miséria de milhões de pessoas. Porque não é o pobre que está mal por ter pequenos prazeres. É o rico que abusa do luxo que tem conseguido à custa de trabalho alheio pago com salários de fome (que nem para almoçar fora vão chegando). Isto para não comparar o restaurante do pobre com o restaurante do rico, ou o pequeno de almoço do pobre com o do rico, ou a cerveja do pobre com o whiskey do rico. Agora, cabe-nos a nós ter consciência de quem tem que abdicar dos seus gastos...
Pois eu, como os mineiros comunistas do País de Gales, não abdico do whiskey.
E como eles cantavam, canto também eu:
"Save the whiskey for the workers"
Pois eu, como os mineiros comunistas do País de Gales, não abdico do whiskey.
E como eles cantavam, canto também eu:
"Save the whiskey for the workers"
Pois eu já faço o que eles mandam e ainda não enriqueci. vejam lá que até deixei de gastar electricidade a ver televisões, RDP, RR, TSF, etc.
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