POEMA

SALA DE CONCERTOS


II


(«Sonata a Kreutzer» tocada por Menuhin, no Tivoli.)


Que crime confessa Beethoven
nesta sonata?

Matou talvez em sonhos
a Sempre-Apetecida
com mãos de quem não mata.

E agora confessa o crime
- farto do amor eternamente sublime.

(Beethoven:
ai de quem não ama
como quem morre
- na cama.)


José Gomes Ferreira

3 comentários:

Maria disse...

Creio já ter lido este poema aqui.
Não me estou a queixar, gosto sempre de reler o que é bom!

Um beijo grande.

samuel disse...

Os poemas do Zé Gomes Ferreira sobre música são fantásticos... mas maior é a minha "inveja" por ele ter ouvido a sonata, tocada pelo Menuhin. :-)))

Abraço.

Nelson Ricardo disse...

A música não precisa de ser cantada para ter uma mensagem bem definida.

Um Abraço.