Nas últimas semanas, Sócrates, em espiral de histerismo e demagogia, tem vindo a acusar tudo e todos de não o deixarem governar. Melhor dizendo: de não o deixarem fazer aquilo que quer.
(onde escrevi tudo e todos, leia-se: tudo e todos menos o grande capital...)
Quer isto dizer, em primeiro lugar, que o primeiro-ministro ainda não se capacitou de que perdeu a maioria absoluta nas últimas legislativas; e, em segundo lugar, que de acordo com o seu conceito de democracia, todos devem sentir-se obrigados a concordar com ele em tudo, senão...
Esta histeria simultaneamente ridícula e arrogante gera situações risíveis e simultaneamente lastimáveis - tanto mais que, ao mesmo tempo que diz que não faz porque os outros não deixam, diz que se farta de fazer e que isto vai de vento em popa, porque melhor do que ele não há em todo o mundo e arredores...
Foi certamente a pensar nessa representação burlesca de José Sócrates que Mário Crespo escreveu, no Jornal de Notícias o texto do qual transcrevo os extractos que se seguem:
«O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco (...) O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes (...) O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples. Ou nós, ou o palhaço»
Mais palavras para quê?...
10 comentários:
O nosso azar é que o palhaço se sente muito bem protegido. O grande capital adora-o, não tem melhor homem de mão.
um abraço
Bom texto do Mário Crespo, só mresta saber mesmo quem se ri.
Também li o texto e subscrevi-o, embora discorde do cognome palhaço. É demasiado simpático e honroso para um indíviduo destes. Os palhaços merecem-me todo o respeito e admiração,o Sócrates não.
bjs,
O palhaço tem que rir mesmo que sofra. E nós, mesmo sofrendo, também rimos. Não somos palhaços, não. Somos conformados, desinteressados e não temos
consciência da nossa força.
Beijos.
O Crespo passou-se! :-)))
Abraço.
Só que este palhaço não tem piada nenhuma. Mete nojo.
Muito interessante a parte do artigo de Mário Crespo que citaste.
Tal como outros dos seus artigos mais recentes.
Estejamos atentos - atentos e interventivos - ao significado desta viragem do Crespo, espelho de numerosas outras, até para que, nesta "volta a Portugal" em que participamos, não nos distrairmos e ficarmos afastados da "cabeça do pelotão" em formação...
Um abraço.
É um excelente texto de M. Crespo. Surpreendeu-me...
Um beijo grande
Este palhaço é execrável. As vigarices são mais que muitas.
Porquê palhaço?
Sádico não seria o termo mais adequado?
Sobre o MC, fico a pensar:será que a luta na imprensa portuguesa começou a fabricar desertores, ou temos (Joãos Coitos) da nova era?
Tudo pode acontecer, o clima é propício.
Abraço
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