O ESTADO DA VISÃO

A Visão está preocupada com o voto dos portugueses.
Ou seja: a Visão quer que os portugueses votem e votem bem no dia 27.
Explicando melhor: a Visão acha que «as eleições» são um tempo de «escolhas» e que as «escolhas» devem ser reflectidas, pensadas, de modo a que o voto seja bem «decidido».
Para isso, a Visão ensina que é preciso «olhar, de forma o mais objectiva possível, para o país que temos e para o percurso que fizemos ao longo dos últimos tempos. E, em especial, dos últimos quatro anos».
Como se vê, não há melhor forma de ensinar as pessoas a votar bem do que, de forma objectiva, desviar-lhes a atenção daquela que é a questão central destas eleições, a saber: que PS e PSD (às vezes com o CDS/PP) estão no Governo há 33 anos, tempo e mais do que tempo para mostrarem, ambos, que não prestam.

Para melhor ensinar os seus leitores a votar bem, a Visão produziu e ofereceu-lhes (por 2,85 euros) um «especial de 40 páginas» sobre «O Estado da Nação»: dados e mais dados, números e mais números, que o Director, Pedro Camacho, sintetiza enaltecendo «as reformas consideráveis, de substância», as «reformas de bandeira», realizadas por Sócrates: «na Saúde, na Educação, na área do Trabalho, na Justiça, na Segurança Social, na Energia».O mal todo está em que, ensina o Director, o Governo «não soube explicar à sociedade» as imensas bondades dessas reformas.
E assim, «a sociedade» não percebeu que, com essas reformas, o Governo lhe estava a abrir as portas do Paraíso - e ignorante e ingrata, concluiu que era o Inferno que estava a entrar portas dentro...

Com tais ensinamentos, não há leitor da Visão que não fique a saber como votar bem...

Registe-se ainda que também para a Visão, a Festa do Avante! não existiu: nas suas 172 páginas, aí incluídas as 32 dedicadas a espectáculos, etc, não há uma linha dedicada ao maior acontecimento cultural, artístico, político, de massas, realizado em Portugal.
Este silenciamento é tão significativo como o barulho das 40 páginas sobre «O Estado da Nação» - e ambos mostram, a quem quiser ver, o estado da Visão...

11 comentários:

  1. O estado da visão está mesmo a precisar de um oftalmologista que eu cá sei...
    É uma vergulha !

    Abraços

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  2. Com o devido respeito (sou miope) essa Visão é visgolha, cegueta, miope e ambliope.
    Ainda bem que dexei de comprar!

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  3. Por essa e outras razõEs deixei, há dois anos de assinar esse pasquim e dei a conhecer as razões ao seu director. Este ano ainda não tinha tirado as dúvidas. Poupaste-me, Fernando Samuel, a um doloroso e inútil exercício de compulsar cento e tal páginas de futilidades.
    Abraço

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  4. Escuta!
    O que mais me custa - é saber que ,directa ou indirectamenbte,são sempre os trabalhadores, através da exloração que lhes é feita, a contribuir, para a existência destes pasquins.
    Tudo isto faz parte do marqueting,do grande capital.
    Abraço

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  5. Realmente... aquilo é uma desgraça!

    Abraço.

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  6. Realmente, o estado da Visão é semelhante à daqueles infelizes que tiveram a desdita de terem sido operados, naquele desgraçado dia, em santa maria.
    Não vão a Cuba, não!...

    Rui Silva

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  7. sabes que eu a recebo no meu serviço, para dar a ler e nunca a leio... Portugal está a precisar de consultas em Cuba...
    Abraço

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  8. Ocorreu-me a frase de Salgueiro Maia 'E o estado a que chegámos'.
    Caramba, 35 anos depois...

    Um beijo grande

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  9. Menos mal que, depois do "Avante!", ainda existem meios alternativos:
    http://port.pravda.ru/busines/09-09-2009/27932-pibespanha-0

    Um abraço

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  10. do zambujal: com tal visão não vê longe...
    Um abraço.

    Ana Camarra: é das tais despesas mais do que desnecessárias, a evitar...
    Um beijo.

    Aristides: e eles publicam todas as semanas cartas de leitores deslumbrados...
    Um abraço.

    poesianopopular: mas mesmo que dê prejuízo o grande capital paga...
    Um abraço.

    samuel: ou pior...
    Um abraço.

    Rui Silva: é uma visão cega...
    Um abraço.

    Ludo Rex: é preciso muita paciência para ler tal... coisa...
    Um abraço.

    Maria: ou: ao q'uisto chegou!...
    Um beijo grande.

    CRN: poucos, poucos....
    Um abraço.

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