POEMA

O ELEVADOR


De mãos dadas trabalhamos na noite
e alimentamos a coragem com pequenas coisas: um nome,
uma amizade, um amor indeclarado...

Cavamos uma fossa para o último susto, traçamos
límpidos esquemas de futuro, construímos a cadeira
que elimina a fadiga.

Oleamos as armas que abrirão as manhãs. O eleva-
dor sobe a pouco e pouco, roça as paredes do poço
que vivemos, não tardará que a luz da superfície
abra a saída de uma porta...


Egito Gonçalves

3 comentários:

  1. Belo retrato do que foi... e do que é e ainda será...

    Abraço.

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  2. Não tardará...
    Que belo é este poema!

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  3. Outro belo verso de um poema de Nicolas Guillén-"A Aurora é lenta,mas avança".

    Um beijo.

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