A ORDEM NATURAL DAS COISAS

Há um ano, por esta altura, os donos disto tudo proclamaram que 2010 seria o «Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social».
A proclamação fez o seu caminho normal: foi notícia destacada em todos os média dominantes; proporcionou declarações de amor ao próximo por parte de todos os governantes e seus derivados; alimentou ilusões nos pobres e nos excluídos...
O resultado foi o que estava previsto.

Por cá, sabemos como é: há mais exclusão social, há mais pobres, há mais miséria, há mais fome - não obstante os ciclópicos esforços dos governantes, a começar pelo inevitável Cavaco, que ainda há dias nos relembrou a sua meritória acção na luta contra a pobreza: vejam bem que o homenzinho falou da pobreza em vários discursos; alertou para ela em várias declarações presidenciais; e todos os natais visitou instituições de caridade...


«É a crise» - dizem os donos disto tudo - «e a crise toca a todos e todos terão que fazer sacrifícios»...
Dito por outras palavras: é «a ordem natural das coisas», ou seja, toda a gente sabe que ricos e pobres sempre houve e há-de haver e nisso reside a suprema harmonia do mundo...

E é para garantir essa harmoniosa relação que «a crise» providenciou no sentido de os lucros dos donos disto tudo continuarem a aumentar - porque, digam lá, se não houvesse ricos quem é que daria esmolas aos pobres?, quem é que combateria a pobreza?...

E em 2011?
Em 2011, naturalmente, o «combate à pobreza» continuará.
Começa já em Janeiro.
E começa em cheio, na medida em que aos cortes nos salários e nas pensões vai juntar-se o brutal aumento do custo de vida.
E a tudo isso juntar-se-ão, logo a seguir, as 50 medidas já anunciadas por esse intrépido soldado do combate à pobreza que é José Sócrates.


Tudo isto a confirmar o que já sabemos: o combate, de facto, à pobreza passa, primeiro, pela derrota da política de direita e pela sua substituição por uma política de esquerda, patriótica e vinculada aos valores de Abril.
E passa, a seguir, pela liquidação do capitalismo e pela construção de uma sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração: a sociedade socialista e comunista.

Quando lá chegarmos... acabaram-se os «anos de combate à pobreza e à exclusão social»...
E as coisas passarão a reger-se por uma outra ordem: esta, sim, natural.

15 comentários:

  1. A ordem do respeito do Homem pelo Homem - acrescentaria eu.

    Um abraço.

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  2. Mas os valores de Abril não são os valores da ordem Constitucional "Democrática" burguesa?

    Mas porque razão a luta do proletariado não deve passar directamente pela preparação da Revolução Socialista?

    Será que as condições objectivas para tal, não estão já preenchidas?

    Passem pelo odiário.info e leiam o artigo do PCGrego-KKE que hoje foi editado,e vejam como as posições revolucionárias deste Partido estão a anos luz, do que defende a Direcção do PCP e F.Lopes.

    Um abraço
    A Chispa!

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  3. Ainda queria ver a corja nos sem-abrigo.
    Depois sim,estão criadas as condições para liquidar,de vez,o capitalismo-terrorista-de-estado.
    Um abraço,
    mário

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  4. Não há inocentes

    nas urnas

    Abraço amigo

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  5. Vamos fazer de 2011 mais um ano de combate à pobreza de ideias, pobreza de políticas, pobreza cultural...

    Abraço.

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  6. Mário (da trepadeira): eu até acho que mereciam era viver com o salário mínimo,a ver caíam no ridículo da pobreza que têm fomentado com as suas políticas de direita e "xuxalistas".
    Fernando Samuel, penso que o ano de 2010 foi mais o "ano da promoção da pobreza e exclusão social" pelo trabalho à altura dos soldados do capitalismo.
    Um beijo,

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  7. Quantos pobres são precisos para fazer um rico? Dizia Almeida Garrett! E esta ordem não natural das coisas continuará enquanto este capitalismo imperialista não for decapitado.
    Mas a "nossa esperança combativa" não esmorece.

    Um beijo.

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  8. «Deus ama os pobres, é por isso que faz tantos» A. Lincoln.

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  9. Era uma vez o Pai Natal...

    Sempre a mesma conversa de que os revolucionários fazem o jogo da reacção e por aí adiante. Experimentem olhar para dentro!
    Ao que é preciso responder é ao seguinte: 1- A defesa da produção nacional é um elemento de ruptura?
    Ou será antes um elemento de reforço do capitalismo.
    Se verificarem bem, essa é a grande divergência da candidatura de F.Lopes.
    É isto a que chamam marxismo? Não insultem Marx!

    Endurecer a luta é que faz falta, e nada de ilusões no parlamentarismo.

    es(Cravo)do capital.

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  10. O que é preciso é fazer a Revolução que de paleio tipo "Reaccionários Fora dos Quartéis Já" já estamos fartos. Aliás, vemos onde é que eles estão.

    Antuã

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  11. joão l.henrique: é essa, afinal.
    Um abraço.

    mário: essa é uma peszpectiva interessante...
    Um abraço.

    Maria: lá chegaremos.
    Um beijo grande.

    O Puma: não há, não...
    Um abraço.

    Justine: por isso, é para lá que caminhamos...
    Um beijo.

    samuel: esse é o combate necessário.
    Um abraço.

    smvasconcelos: o capitalismo é, por natureza, gerador de pobreza e de exclusão...
    Um beijo.

    Graciete Rietsch: lutaremos até à vitória final.
    Um beijo.

    Membro do Povo: bem visto!...
    Um abraço.

    Antuã: ora aí está!...
    Um abraço.

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  12. joão l.henrique: é essa, afinal.
    Um abraço.

    mário: essa é uma peszpectiva interessante...
    Um abraço.

    Maria: lá chegaremos.
    Um beijo grande.

    O Puma: não há, não...
    Um abraço.

    Justine: por isso, é para lá que caminhamos...
    Um beijo.

    samuel: esse é o combate necessário.
    Um abraço.

    smvasconcelos: o capitalismo é, por natureza, gerador de pobreza e de exclusão...
    Um beijo.

    Graciete Rietsch: lutaremos até à vitória final.
    Um beijo.

    Membro do Povo: bem visto!...
    Um abraço.

    Antuã: ora aí está!...
    Um abraço.

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