POEMA

(«Ó papoilas da vingança/a nova cor da esperança/é a vossa cor».
A mãe cantava-lhe estes versos.
Entretanto consta que no Baleizão mataram uma camponesa:
Catarina Eufémia.)


Toda a noite cantaste em voz baixa,
para adormecer o menino,
a canção do Graça:
«Ó papoilas dos trigais...»

Canta, canta,
para o acordares mais.

(Transforma-lhe os dedos
em pátrias de punhais.)


José Gomes Ferreira
à(s)

5 comentários:

  1. Maria13 de junho de 2011 às 19:13

    Não há palavras para dizer deste poema. Apenas 'BELO'.

    Um beijo grande.

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  2. Graciete Rietsch13 de junho de 2011 às 20:42

    Este poema diz-nos que o Futuro não se constrói com resignação, mas com luta.

    Um beijo.

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  3. samuel13 de junho de 2011 às 21:02

    Há cantigas que são assim...

    Abraço.

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  4. do Zambujal13 de junho de 2011 às 21:46

    As papoilas nos trigais...
    Trinta balas te mataram a fome, Catarina.

    Tudo tão tragicamente belo!

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  5. Anónimo13 de junho de 2011 às 23:03

    Parabéns pelo poema.
    Amanhã, celebraremos o aniversário 85 de Che Guevara. Um abraço

    (Jorge)

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