ATÉ AMANHÃ
agachados na cova da noite
pequeninos e enormes
esperávamos o homem da bicicleta
embrulhados em papel de jornal
ele transportava uma foicinha
e um martelo
mal chegado
um minuto de silêncio conspirativo
e logo o trabalho
sobre o chão húmido e rugoso
ensinava a construir
e a semear
na inteligência dos homens
no coração dos homens
na coragem dos homens
quando partia
e montava a tosca e fiel bicicleta
sabia
que na próxima vez
vinha encontrar a terra semeada de esperanças
e mais uma telha
e mais uma trave
na casa da construção
foi ontem
e amanhã se for preciso
Francisco Gonçalves de Oliveira
Vamos lá pôr mais uma pedrinha.
ResponderEliminarUm abraço,
mário
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar"Até amanhã, camaradas". Ao ler o poema estava a ver o filme.
ResponderEliminarE assim com coragem e determinação, dando muitas vezes a própria vida,se vai construindo o MUNDO NOVO.
Um beijo.
Mesmo no meio de tanto ruído... ainda se vão ouvindo os barulhos discretos das bicicletas, cruzando as nossas vidas...
ResponderEliminarAbraço.
Lindissimo este poema.Nao conhecia,nem tampouco o autor e olha que eu leio muita poesia.
ResponderEliminarSerá sempre que for preciso.
ResponderEliminarAté amanhã, Camarada...
Um beijo grande.