POEMA

ANA E ANTÓNIO


A Ana e o António trabalhavam
na mesma empresa.
Agora foram ambos despedidos.
Lá em casa, o silêncio sentou-se
em todas as cadeiras
em volta da mesa vazia.

«Neo-Realismo!», dirão os estetas
para quem ser despedido
é o preço do progresso.

Os estetas, esses, nunca
serão despedidos.

Ou julgam isso, ou julgam isso.


Mário Castrim

5 comentários:

  1. Lembrei-me de Brecht...

    Um beijo grande.

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  2. Alguns desses já estão a sentir a lição na pele. Aprende-la-ão?

    Abraço.

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  3. Segundo Sócrates eles foram despedidos "a bem da Nação".
    Ele dão o desejava, mas...!!!!!
    Obrigada pelo Castrim.

    Um beijo.

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  4. Acabará por lhes bater à porta, sim!

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  5. Tão actual, este poema! Tem razão a Maria, parece Brecht.:)
    beijo,

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