Mário Soares é, muito provavelmente, o maior mentiroso nascido em Portugal.
Não há, nele, a mínima preocupação com a verdade: a mentira é o instrumento de trabalho que mais utiliza e, sem ponta de vergonha, faz uso dela ao sabor dos interesses que defende em cada momento.
E se, por qualquer razão, uma vez por outra lhe acontece dizer uma verdade, é porque, nessa situação concreta, isso lhe rende mais do que a habitual mentira...
Com isto não estou a dar novidade nenhuma aos visitantes do Cravo de Abril que, salvo raríssimas excepções, o conhecem de ginjeira.
Mas entendi não deixar passar em branco a sensacional revelação feita por Soares, no Diário de Notícias de hoje, ao declarar que é «há mais de cinquenta anos um europeísta convicto»...
Vejamos, então, a estória deste «europeísta convicto» contada pelo próprio:
nos seus Escritos do Exílio, Soares declarou ser contrário à entrada de Portugal para a CEE, porque era «pela Europa dos trabalhadores e não pela Europa dos trusts» - que grande traste!;
em Dezembro de 1974, em entrevista a Le Monde, dizia que «se tivéssemos que aplicar o princípio da livre circulação de pessoas, capitais e produtos, a nossa economia não resistiria» - com a verdade me enganas...;
nesse mesmo mês de Dezembro, em entrevista a A Capital, repetia que «Portugal não está em condições de se integrar no Mercado Comum», pois se isso acontecesses, «a nossa economia ficaria arruinada a curto prazo» - e não é que acertou?...;
em 1976, clamava contra «certas forças políticas em Portugal que se encaminham para defender a aproximação de Portugal às Comunidades Europeias numa perspectiva puramente capitalista que não corresponde aos verdadeiros interesses do povo português e se afasta dos imperativos de uma verdadeira independência nacional» - em cheio, novamente...
Aqui chegado, dou comigo a pensar que, bem vistas as coisas, é bem possível que o aldrabão esteja a dizer a verdade quando exibe os seus cinquenta anos de europeísta convicto, ou seja: é bem possível que, quando disse o que acima se cita, estivesse a mentir...
O que faz dele não apenas um reles aldrabão mas também um miserável traidor.
E já agora, sobre as tais forças políticas que defendiam a integração de Portugal na CEE numa perspectiva capitalista, etc, etc, tem a palavra Carlucci, que num relatório enviado ao governo dos EUA, em 1977, informava: «Mário Soares está agora envolvido numa campanha para tentar fazer entrar Portugal no Mercado Comum, porque acredita que a adesão ligará Portugal ao campo democrático ocidental» ...
Repito: com isto não estou a dar novidade nenhuma aos visitantes do Cravo de Abril.
Mas não há mal - e até talvez haja bem - em, de vez em quando, revermos a matéria dada...
11 comentários:
Não, não estás a dar novidade nenhuma (até tenho pormenores pessoais que mostram o escabroso personagem que é esse senhor), mas é lembrá-lo porque o homem continua a mexer muitos cordelinhos e a aparecer a alguns ingénuos (ou nem tanto) como o "pai da democracia" como ainda ontem ouvi aquela inqualificável Fátima dos P & C.
Olha... não te doam as mãos.
Um abraço
O homem é 'muito mais pior' do que os adjectivos que aqui referes: aldrabão e traidor. Quantas cambalhotas já deu este tipo sem nunca se ter beliscado?
Diz hoje uma coisa e amanhã o contrário com a mesma cara e desfaçatez. Haja paciência...
Um beijo grande.
Bom resuminho Cravo de Abril.
Só desejo ficar vivo mais uns tempos depois da sua morte, para que os que agora não têm coragem de o desmascarar e que foram cilindrados por ele, possam dar mais eco do muito mais que esse senhorito fez. talvez, dito por eles finalmente vejam que quem o denun ciou e cia, foi em prol da verdade e defesa do povo e do país!
Abílio Barros
É bom rever a matéria dada... para não se dar o caso de alguém se deixar enganar por alguma das suas esporádicas "verdades".
Abraço.
Apenas refiro-me a dois episódios deste senhor.
O primeiro, durante o debate com Álvaro Cunhal, em que disse que não «queria um socialismo de miséria» para Portugal. O que será, então, o socialismo de Sócrates?
O outro, passado durante o velório de Álvaro Cunhal, em que este senhor, sempre à procura de protagonimo (através da rádio, do jornal ou da TV), foi a correr para dar uma entrevista e transmitir aos portugueses que Álvaro Cunhal quis tomar o poder em Portugal. Ou seja, aproveitou o momento da pior maneira possível.
Para quem o conhece, Mário Soares ou «bochechas» ou «mentiroso, aldrabão», é um «colossal embuste», um autêntico político charlatão.
(Jorge)
Mário Soares não merece um mínimo de consideração.
Obrigada Cravo de Abril por tão completa revisão da matéria "conhecida".
Um beijo.
não me surpreende em nada. porém, a recolha que fizeste ajuda a conhecer a matéria dada noutros tempos, tão útil que é ainda hoje.
Os "filhos" deste "pai"da democracia têm a quem sair na venda desta tranquibérnia requentada do "europeísmo".Bem lembrado para quiser;aprender,aprender,sempre...
Abraço
Caros Camaradas
Mário Soares sempre foi igual a si próprio, um burguês que tratou de defender a sua classe e os seus interesses, para isso usando a DEMAGOGIA e a ALDABRICE, mas esta critica pode-se estender a toda a prática politica do seu partido PS. Só não se entende é porque razão o BE e nós, conhecendo de sobejo estas práticas TRAIDORAS, ainda o consideremos um partido de esquerda e com eles queiramos formar um governo de esquerda.
Afinal onde está a nossa coerência quando o denunciamos, caro amigo (F.Samuel)
Um abraço
Carlos Henriques
Seixal
A morte anda cega. Caso contrário o execrável Soares já tinha embarcado.
do Zambujal: a ideia dessa «paternidade» é muito útil aos donos disto tudo...
Um abraço.
Maria: dizes bem: haja paciência!...
Um beijo grande.
Abílio Barros: e são tantos nessas circunstâncias!...
Um abraço.
samuel: e quantos há a deixarem-se enganar!...
Um abraço.
Jorge: um dia destes vou lembrar mais alguns episódios soaristas.
Um abraço.
Graciete Rietsch: o que ele merece sabemos nós bem.
Um beijo.
pedras contra canhões: um abraço e continuação de bom trabalho.
José Rodrigues: pai da democraCIA, sim...
Um abraço.
Carlos Henrique: o PCP, há vários anos que, EXPLICITAMENTE, deixou de considerar o PS um partido de esquerda - e há vários anos que os comunistas deixaram de colocar nos seus objectivos a formação de um «governo de esquerda» com o PS.
Um abraço.
Pintassilgo: Um abraço.
Enviar um comentário