POEMA

AO MEU PARTIDO


Deste-me a fraternidade com os desconhecidos.
Juntaste a mim a força de todos os que vivem.
Voltaste a dar-me a pátria como num nascimento.
Deste-se a liberdade que não tem quem está só.
Ensinaste-me a acender a bondade, como o lume.
Deste-me a rectidão de que precisa a árvore.
Ensinaste-me a ver a unidade e a diferença dos irmãos.
Mostraste-me como a dor de um ser morreu na vitória de todos.
Ensinaste-me a dormir na cama dura dos que são meus irmãos.
Fizeste-me construir sobre a realidade como sobre a rocha.
Fizeste-me inimigo do malvado e muro do colérico.
Fizeste-me ver a claridade do mundo e como é possível a alegria.
Fizeste-me indestrutível pois contigo não termino em mim próprio.


Neruda

6 comentários:

  1. Que outra realidade o conseguiria?

    Abraço.

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  2. Um dos poemas mais belos 'ao Partido'!
    Estamos de parabéns!

    Um beijo muito grande para ti
    e um abraço muito especial.

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  3. Que bela declaração de militância partidária!

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  4. Grande poema para o grande partido!

    beijo,

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  5. Este poema maravilhoso de Neruda adapta-se muito bem ao nosso Partido.

    Um beijo.

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  6. pois...
    e este ser que em nós existe
    tem nas mais belas das verdades
    outro ser que a elas resiste:
    manifesta-se no amago da humanidade,
    esquece ou sabe tanto de racionalidade
    que não esquece a hierarquia do animal.
    infeliz de se saber abestado, contente por o saber
    mas impotente perante esta realidade,
    que faz do espelho o pior inimigo da sua suposta consciencia.
    abraço do vale

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