JOGO DO LENÇO
Trago no bolso do peito
um lenço de seda fina,
dobrado de certo jeito.
Não sei quem tanto lhe ensina
que quanto faz é bem feito.
Acena nas despedidas,
quando a voz já lá não chega
por distâncias desmedidas.
Depois, no bolso aconchega
as saudades permitidas.
Também o suor salgado,
às vezes, enxuto a medo,
que o lenço é mal empregado.
E quando me feri um dedo,
com ele o trouxe ligado.
Nunca mais chegava ao fim
se as graças todas dissesse
deste meu lenço e de mim,
mas uma coisa acontece
de que não sei porque sim:
Quando os meus olhos molhados
pedem auxílio do lenço,
são pedidos escusados.
E é bem por isso que penso
que os meus olhos, se molhados,
só se enxugam no teu lenço.
José Saramago
Só se enxugam no teu lenço.
ResponderEliminarAs lágrimas do meu amar
Polvilhadas em incenso
Benzidas com ar de mar
Belo poema de amor!!!!!
ResponderEliminarUm beijo.
O "lenço" dos outros parece sempre mais acolhedor...
ResponderEliminarAbraço.
Uma brincadeira muito bem feita!
ResponderEliminarTão bonito...
ResponderEliminarUm beijo grande.
Bolota: gosto.
ResponderEliminarUm abraço.
Graciete Rietsch: e com alguma ironia...
Um beijo.
samuel: é reconfortante...
Um abraço.
Justine: e com aquele sorriso subentendido...
Um beijo.
Maria: é, não é?...
Um beijo grande.