POEMA

CAFÉ


XXXVIII


(A gente da mesa vizinha só fala em dinheiro, negócios de compra e venda... E, no entanto, temos de salvar o mundo, homens. Dar-lhe outro sentido.)


Tudo vendem e compram: sonhos, estátuas de sebo,
palácios para idílios de espectros,
sorrisos de crocodilo,
frio arrancado das lanças...

Só não percebo
porque não vendem luar a metro
e as estrelas a quilo
(para caixões de crianças).


José Gomes Ferreira

4 comentários:

  1. É uma das coisas que mais me assusta nas conversas da gente nas mesas vizinhas.

    Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Infelizmente é o que ainda vamos ouvindo nos jornais, nas televisões , nas mesas vizinhas.

    "Levata-te, meu Povo
    Não é tarde"

    Um beijo.

    ResponderEliminar
  3. Chocante o relato do poema. Perturba, preocupa..."outro sentido" para a vida, é urgente.
    Beijo,

    ResponderEliminar
  4. Fortíssimo o poema do Poeta Militante, que militantemente fez o seu trabalho: deixou-nos as palavras para nelas pensarmos...

    Um beijo grande.

    ResponderEliminar