HERÓICAS
XXXVII
(Sermão.)
Homem:
preso pela sombra a todas as pedras,
preso pelos olhos à liberdade das aves,
preso pelo corpo ao devorar das raízes,
preso pela sede aos cadáveres das ninfas nas fontes.
Olha bem de frente para as algemas,
asas pesadas de frio,
e através de pântanos e de rochas
esburacadas de caveira,
leva o mundo de rastos
a que te prendem todas as grilhetas
num tinir de ferrugem de ecos.
Homem livre que caminhas
amarrado ao Carro da Morte
até ao Silêncio Sem Astros.
José Gomes Ferreira
Espantosamente, por vezes parece mais fácil arrastar o mundo... do que rebentar as grilhetas.
ResponderEliminarAbraço.
Fantástico poema, Embora amarrado ao carro da Morte, o homem livre continua a caminhada para o seu objectivo. Mesmo não o atingindo, mesmo silenciado e incógnito, ele é um verdadeiro herói.Foi assim que eu entendi o poema.
ResponderEliminarTanta luta anónima que levará ao Mundo Novo.
Um beijo.
Palavras que apelam à luta pela concretização da Liberdade.
ResponderEliminarUm Abraço.
samuel: ou arrastar o mundo rebentando as grilhetas...
ResponderEliminarUm abraço.
Graciete Rietsch: mesmo não o atingindo... em vida...
Um beijo.
Nelson Ricardo: à luta pelo Futuro...
Um abraço.
E o Homem há-de levar... tenho a certeza!
ResponderEliminarUm beijo grande.