POEMA

HERÓICAS


XXI


(Testamento de um fuzilado.)



«Não me falem de fé!

Eu não preciso de fé!

Basta-me morrer de frente
- nesta camaradagem
com todos os mortos de mãos dadas
que desde o princípio do mundo
não quiseram morrer inutilmente...

Fé? Fé?
Eu não preciso de fé!

Basta-me morrer de pé
num desdém de sol nascente.»


José Gomes Ferreira

6 comentários:

  1. Este poema arrepiou-me. Para que precisa de fé um condenado à morte se morre pela sua certeza?

    Um beijoi,camarada.

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  2. "Morrer de pé, em camaradagem e não inutilmente"
    Lindo!
    beijo,

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  3. Nascer, brilhar e erguer-se... morrendo. É uma imagem fantástica!

    Abraço.

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  4. "...num desdém de sol nascente." Sempre a esperança, no meio do grito!

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  5. Será esta a maneira mais bonita de morrer...

    Um beijo grande.

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  6. E em cada gesto de luta vive o espírito de todos os que «desde o princípio do mundo não quiseram morrer inutilmente».

    Um Abraço.

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