POEMA

VENTO NO ROSTO


À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.

As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.

Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.

Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.


António Gedeão

3 comentários:

  1. Há tardes lindas assim!! mas não todas.

    Um beijo.

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  2. Esta é a mais nova canção de Gedeão... :-)))

    Abraço.

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  3. Graciete Rietsch: acreditemos, então, no que vale a pena acreditar...
    Um beijo.

    samuel: que eu espero ouvir um dia destes...
    Um abraço.

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