POEMA

TEMPO DE POESIA



T
odo o tempo é de poesia.


Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.

Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia.


Todo o tempo é de poesia.

Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.

Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.


Todo o tempo é de poesia.

Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia.


António Gedeão

5 comentários:

  1. Gedeão, tal qual. Sempre poeta, sempre cientista, sempre com preocupações sociais.

    Um grande beijo.

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  2. Como comentar Gedeão?
    Todo o tempo é de poesia, concordo.
    Como todo o amor é sagrado. E o trabalho!

    Um beijo grande.

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  3. Graciete Rietsch: Sempre... Gedeão...
    Um beijo.

    Maria: aí está o comentário...
    Um beijo grande.

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  4. Por mais que pareça improvável.

    Abraço.

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