POEMA

EXORTAÇÃO


Negro
para quem a horas são sol e febre
que colhes
nesse ritmo de guindaste.

Negro
para quem os dias são iguais
que respeitas teu patrão e senhor
como água que mexe o engenho.

Negro!
Levanta os olhos prao sol rijo
e ama a tua mulher
na terra húmida e quente!


Francisco José Tenreiro

(«Ilha de Nome Santo»)

5 comentários:

  1. Só posso dizer grandioso este poema.
    Mais uma vez obrigada por nos apresentares este poeta.

    Um beijo.

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  2. Não devia haver nenhum ser humano sob o fado da opressão e da indigência.

    Um Abraço

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  3. Arrepiantemente belo!
    Belíssimo!

    Um beijo grande.

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  4. Graciete Rietsch: Francisco José Tenreiro tinha 21 anos quando este seu livro foi publicado...
    Um beijo.

    Nelson Ricardo: é por esse objectivo que lutamos...
    Um abraço.

    Maria: na resposta ao teu comentário ao post do passado dia 5, deixei algumas pistas para encontrares a Obra de Francisco José Tenreiro.
    Um beijo grande.

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  5. Um retrato duro e emocionante da escravidão

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