POEMA

CORDIALIDADE SEM CORES



Homens divididos. Brancos e pretos,
mulatos, vermelhos e amarelos,
divindades, crenças, amuletos,
choupanas e castelos.

Como se a condição e a cor da tez
fossem deste momento supersónico
que vai estourar o muro da estupidez

- eu sou daltónico.


Sidónio Muralha

(«Os Olhos das Crianças» - 1963)

4 comentários:

  1. Que venham momentos supersónicos. Um por dia...

    Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Que maneira bonita de ser daltónico!

    Um beijo grande.

    ResponderEliminar
  3. Graciete Rietsch: Sidónio Muralha - que este ano faria 90 anos - é um dos grandes poetas cirurgicamente silenciados pelos actuais mandantes.
    Um beijo.

    samuel: já não era nada mau...
    Um abraço.

    ResponderEliminar