OS OLHOS DAS CRIANÇAS
Atrás dos muros altos com garrafas partidas
bem para trás das grades do silêncio imposto
as crianças de olhos de espanto e de medo transidas
as crianças vendidas alugadas perseguidas
olham os poetas com lágrimas no rosto.
Olham os poetas as crianças das vielas
mas não pedem cançonetas mas não pedem baladas
o que elas pedem é que gritemos por elas
as crianças sem livros sem ternura sem janelas
as crianças dos versos que são como pedradas.
Sidónio Muralha
(«Os Olhos das Crianças» - 1963)
Tremendo!
ResponderEliminarSem mais palavras...
Um beijo grande
Pedradas, sim, e assustadoramente certeiras.
ResponderEliminarAbraço.
Ao ler este poema mais comovida fiquei.O futuro tem que ser nosso. Avante camaradas pois até mortos vêm ao nosso lado.
ResponderEliminarMaria: um beijo grande.
ResponderEliminarsamuel: na mouche...
Um abraço.
Graciete Rietsch: Vozes ao alto! Vozes ao alto!
Um beijo.