POEMA

OS PEQUENOS PRAZERES


O copo de água fresca
sobre a mesa,
a réstea de luz incendiando
ainda a mão,

as palavras que dão sentido à arte
dos dias a caminho do fim,
"a beleza
é o esplendor da verdade",

o sol
que dos flancos do muro sobe
ao olhar do gato,
o silêncio de ramo em ramo,

a chuva em surdina
na folhagem do jardim
- a chuva e a cumplicidade
de Gieseking e Debussy.


Eugénio de Andrade
(«Os Lugares do Lume» - 1998)

9 comentários:

  1. Dá vontade de "ir para lá"...

    Abraço.

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  2. Pequenos grandes prazeres, é o que são...
    beijos,

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  3. São prazeres assim que nos dão, momentos únicos.
    Lindo poema.

    Bjs,

    GR

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  4. Sempre a claridade dentro das palavras, sempre a minha emoção ao lê-las.
    Obrigada, amigo, por este magnífico ciclo, que eu queria não acabasse...

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  5. Soubessemos todos nós tirar prazer das pequenas coisas, das coisas simples...

    Um beijo grande

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  6. samuel: se dá!...
    Um abraço.

    duarte:... a anunciar a madrugada... e a manhã...
    Um abraço.

    smvasconcelos: saibamos nós vivê-los...
    Um beijo.

    GR: estes pequenos-grandes prazeres...
    Um beijo.

    Justine: infelizmente está quase a chegar ao fim...
    Um beijo.

    Maria: e é tão fácil!...
    Um beijo grande.

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  7. Ana Camarra: com a simplicidade... das coisas simples...

    Um beijo.

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