POEMA

O SORRISO


Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.


Eugénio de Andrade
(«O outro Nome da Terra» - 1988)

6 comentários:

  1. Pode ser que haja uma maneira mais bonita de descrever um momento feliz... mas não é fácil!

    Abraço.

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  2. Esta maneira de sorrir que o Eugénio de Andrade descreve com tanta méstria -tem uma força irresistível!
    É pena que nem todos tenham a capacidade de fazer uso.
    Abraço

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  3. samuel/amigona avó e a neta princesa/ poesianopopular: quem há aí capaz de resistir a um tal sorriso?...

    Abraços e beijo.

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  4. Será talvez a maneira mais feliz de se morrer...

    Um beijo grande

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