POEMA

CASA NA CHUVA


A chuva, outra vez a chuva sobre as oliveiras.
Não sei porque voltou esta tarde
se minha mãe já se foi embora,
já não vem à varanda para a ver cair,
já não levanta os olhos da costura
para perguntar: ouves?
Oiço, mãe, é outra vez a chuva,
a chuva sobre o teu rosto.


Eugénio de Andrade
(«Escrita da Terra» - 1971-1975)

6 comentários:

  1. A chuva e as oliveiras são eternas...

    Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Como gostava que a chuva tivesse a beleza deste poema.

    Bjs,

    GR

    ResponderEliminar
  3. E como eu gosto de andar à chuva, e do cheiro a terra molhada...
    E como Eugénio faz um poema tão belo sobre... a chuva e a mãe...

    Um beijo. Grande.

    ResponderEliminar
  4. samuel: e a mãe, claro...
    Um abraço.

    GR: às vezes tem: depende...
    Um beijo.

    Maria: é a memória triste, triste, da infância...
    Um beijo grande.

    ResponderEliminar
  5. No rosto das mães de vez em quando chove!

    Abraço

    ResponderEliminar
  6. Ana Camarra: e no dos filhos também...
    Um beijo.

    ResponderEliminar