POEMA

POVO SEM LEI E SEM PÃO


Povo sem lei e sem pão
que desesperado esperas,
se te respeitas deveras,
levanta a face do chão.

Tempos houve em que falaste
aos reis de igual para igual.
O próprio rumo real
muita vez o apontaste.

Agora, pávido e frio,
atado de mãos e pés,
nada ouves, nada vês,
tens o coração vazio?

Que destino te vergou
que não poderás vergar,
se vergaste até o mar
quando era negro e só?

Povo sem lei e sem pão
que desesperado esperas,
sê ao menos, como eras,
rebelde na servidão.


Armindo Rodrigues

5 comentários:

  1. Mais uma vez um poema tão forte, de incentivo à luta...

    Um beijo grande

    ResponderEliminar
  2. Sem dúvida, um comovente apelo à luta!
    beijos,

    ResponderEliminar
  3. "sê ao menos como eras
    rebelde na servidão"...

    Quem pode ficar indiferente?

    Abraço.

    ResponderEliminar
  4. "sê ao menos como eras"
    Talvez fosse suficiente
    Então povo porque esperas?
    Ergue-te e mostra que és gente!

    A pontaria do Armindo sempre afinada - como é possível que as suas palavras continuem actualizadas?

    PS.salvo-seja, desculpa aquelas repetições no post anterior ,mas isto acontece a quem tem net através de linha telefónica.
    abraço

    ResponderEliminar
  5. Maria: à boa maneira do Armindo...
    Um beijo grande.

    smvasconcelos: uma das características do Poeta.
    Um beijo.

    samuel: e no entanto há quem fique...
    Um abraço.

    poesianopopular: bom complemento!
    (quanto às repetições: as verdades devem ser ditas muitas vezes...)
    Um abraço forte.

    ResponderEliminar