POEMA

FÉNIX


Não seriam palavras o meu canto
nem seria assim quieta a minha morte,
se à viva sorte, um mar de desencanto,
não me tivesse adiado certo norte...

E no acto de viver, se a vida canto,
pura, a este coração lúcido e forte
o devo, mas com temor e já quebranto
na carne agora mais perto da morte;

Entre grades não corre qualquer rio,
nem pode a vida florescer sem luto,
se no exílio até o sol é um astro frio...

Mas das cinzas renasço resoluto,
(Meu canto é já sereno desafio):
Se o presente dói, pelo futuro, luto!...


António Cardoso

5 comentários:

  1. Lutou e venceu!
    Partiu (felizmente), embora tendo a noção dos problemas que se viviam, antes de assistir a um tão grande retrocesso...

    Abraço.

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  2. A beleza da determinação, da força das certezas, apesar de tudo!

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  3. Há mais seres com a capacidade de renascer das cinzas do que aquilo que se pode pensar.

    Beijos

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  4. Não conheço este poeta. Bonito poema.
    Estou a ler o muito que aqui se escreveu. O “nosso” trabalho não permitiu que nem pudesse visitar um bocadinho os blog’s.
    Permite-me deixar um grande beijo à BETA.

    Bjs,

    GR

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  5. samuel: venceu: bastaria a sua POESIA...
    Um abraço.

    Justine: a força de quem sabe o que quer e pelo que quer, luta...
    Um beijo.

    Ana Camarra: há milhões...
    Um beijo.

    GR: desejo que os resultados desse trabalho sejam bons.
    Um beijo.

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