POEMA

OS OLHOS DAS CRIANÇAS


Atrás dos muros altos com garrafas partidas
bem para trás das grades do silêncio imposto
as crianças de olhos de espanto e de medo transidas
as crianças vendidas alugadas perseguidas
olham os poetas com lágrimas no rosto.

Olham os poetas as crianças das vielas
mas não pedem cançonetas mas não pedem baladas
o que elas pedem é que gritemos por elas
as crianças sem livros sem ternura sem janelas
as crianças dos versos que são como pedradas.


Sidónio Muralha

9 comentários:

  1. Fantástico!
    Entretanto, parece que foram proibidos os cacos de vidro em cima dos muros. Tudo o resto, desgraçadamente, persiste!

    Abraço.

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  2. Saio devagarinho...que queres, não consigo comentar! Um abraço...

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  3. Queria ter um colo gigante para o poder dar a todas as crianças que não o têm....

    Um beijo grande

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  4. Este peoma comove profundamente... muito, muito...
    beijos,
    SMV

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  5. Mais um poema lindíssimo!!

    Uns dos livros que marcou a minha existência, foi "Os Capitães da Areia".....

    Fica aqui a minha homenagem a todos os Pedros Bala!!!

    Um dia o futuro será deles...

    Beijo sentido

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  6. Tantos meninos assim!

    Tantos, um só era demais!

    beijos

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  7. samuel: os cacos de vidro já não é mau...
    Um abraço.

    amigona avó e a neta princesa: um beijo muito amigo.

    Maria: como seria belo!...
    Um beijo grande.

    Sílvia MV: um beijo amigo.

    rapariga do tejo: li os Capitães aos 10 anos de idade: foi um deslumbramento que se manteve até hoje.
    Um beijo amigo.

    Ana Camarra: sim, um já era demais.
    Um beijo.

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  8. Extremamente comovente e belo.

    GR

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