POEMA

CANTE JONDO


A mão onde poisava
o que a noite trazia
é quase imperceptível;
memória só seria
do que nem nome tinha:
um arrepio na água?,
um ligeiro tremor
nas folhas dos álamos?,
um trémulo sorrir
em lábios que não via?

Memória só seria
de ter sonhado a mão
onde nada poisava
do que a noite trazia.


Eugénio de Andrade

5 comentários:

  1. Sonhar a mão é tão bom...
    Lindo poema e que boa memória...

    Um beijo grande

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  2. Não me lembrava deste. Que maravilha,como (quase) todos!
    (é de que livro?)

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  3. É tão imperceptível e rara que por vezes parece que apenas a sonhámos...

    Abraço

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  4. Por estas e outras que é um dos meus poetas favoritos!

    Beijos

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  5. Maria: o sonho de sonhar...
    Um beijo grande.

    justine: olha nem sei de que livro... vou ver e depois digo-te.
    Um beijo.

    samuel: levemente...
    Um abraço.

    Ana Camarra: o mesmo digo eu...
    Um beijo.

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