PROCURA
Não conheces o caminho,
mas apenas a angústia
do estômago vazio
e as promessas
que jamais se cumprem.
Sabes de cor
o que te dirão amanhã.
Não sei se ainda escutas.
Talvez tenhas uma vaga esperança
e queiras acreditar nos homens.
Não conheces o caminho
mas apenas a angústia
de todas as mentiras:
as dos outros, as tuas.
Tens o estômago vazio
e nem sequer te resta
a coragem de seres livre.
Não conheces o caminho,
mas apenas a angústia
de não confiar nas mãos que se te estendem.
Tens o estômago vazio
e aprendeste
que terás de esvaziar também o cérebro de sonhos.
Não conhecemos o caminho
porque são demasiadas
as estradas falsas
que os homens abriram.
E agora mete-nos medo a miragem...
Mas as fontes estão certas,
chega-me aos ouvidos
o murmúrio da água.
(E do sangue que vai marcando as sepulturas
dos que ousaram ser audazes de mais.)
Félix Cucurull
Se as fontes estão certas (e estão!) teremos que lá voltar e se for preciso, fazer todo o caminho de novo. Desta vez, já conhecendo algumas das estradas falsas...
ResponderEliminarAbraço
Que maravilha!
ResponderEliminarTenho que procurar livros deste autor.
O Samuel escreveu bem...
Um beijo grande
samuel: e voltaremos tantas vezes quantas as necessárias...
ResponderEliminarUm abraço.
Maria: é um grande catalão...
Um beijo grande.