POEMA

COROAI-ME DE ESPINHOS...


Lírios, já não, que me parecem luzes
de luto.
Rosas, pior,
que são a burguesia
das flores
no apogeu.
Tojos arnais, apenas.
Cilícios vegetais
sobre a fronte de quem
tem nojo das carícias do presente.
Tojos arnais, até que possa alguém
ser poeta e ser gente.


Miguel Torga

6 comentários:

  1. Certeiro!
    A culpa será da rosa...

    Um beijo grande

    ResponderEliminar
  2. Quando alguns poetas lêem isto... sentirão o bofetão em cheio na cara?

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Maria: da rosa e do carácter...
    Um beijo grande.

    samuel: se calhar já nem isso sentem...
    Um abraço.

    vovó: ... gemeu ele...
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  4. Ana Camarra: há sempre um poema que espera por... eles...
    Um beijo.

    ResponderEliminar