POEMA

PRIMEIRO DIA


Depois será como se nascêssemos de novo,
trouxéssemos para o dia
a nossa mais funda e mais bela face.

Dia de chuva solar em nossos cabelos ilimitados.
Ergueremos os ombros cansados.
E nos reveremos nas águas
do próprio rio que somos, inextinguível.

Pousarão as aves marinhas e as terrestres
nos nossos ombros escorrendo sol e limos,
e as rãs adormecerão nos paúis
onde nos diluímos sofregamente raízes.
E os peixes e os navios navegarão em nosso sangue,
na maior das navegações
de todos os tempos.

Erecto estará o nosso braço, e formidável.
Sob as nossas mãos
crescerão as formas anunciadas.
E as palavras nos brotarão dos lábios,
e serão searas
e aves do tamanho do mundo.


Papiniano Carlos

8 comentários:

  1. Sinto-te cheio de searas e aves...
    foi uma onda de força, o fim-de-semana!

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  2. E as palavras brotaram
    da sementeira que deu fruto
    e nas nossas veias
    correu cor...
    correu farta a esperança..!

    Beijos

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  3. "e aves do tamanho do mundo"

    E (finalmente) da paz!

    Abraço

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  4. Somos a semente, a flor e o fruto do futuro!
    Abraço

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  5. Hoje não consigo ler a poesia por dentro, leio apenas palavras...
    Hoje ainda estou triste...

    Um beijo grande

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  6. justine: podes crer!...
    Um beijo.

    utopia das palavras: a ESPERANÇA sempre!
    Um beijo.

    samuel: e de certo modo a paz é tudo.
    Um abraço.

    poesianopopular: ou seja: somos o PCP...
    Um abraço.

    Maria: estamos tristes.
    Um beijo grande.

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  7. Não posso acrescentar mais nada, apenas que quero fazer parte desse dia e do caminho que nos leva a ele!

    Obrigado

    Beijos

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