Não há maneira de me ver livre desta estranheza que se apossou de mim ao ler o tal comunicado do Presidente da República.
O que é que leva um homem - neste caso PR - a vir a público dizer que que não tolera «a continuação de mentiras e insinuações» a seu respeito, quando não há conhecimento nem de mentiras nem de insinuações a seu respeito?: eis a pergunta que tenho feito a mim mesmo vezes sem conta e para a qual não encontrei ainda resposta satisfatória.
Estranho, muito estranho.
É certo que várias das personalidades mais ou menos directamente ligadas ao «caso BPN» integraram governos chefiados pelo então primeiro-ministro Anibal Cavaco Silva - e isso pode levar gente mal intencionada a pensar que aqui há gato...
Mas se há pessoas a pensar isso, têm pensado em silêncio e não parece muito curial produzir um comunicado a condenar o que se pensa em silêncio...
É certo, também, que de entre essas personalidades que, em dada altura, Cavaco Silva chamou a si, emerge em plano destacado o agora «detido por burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais», Oliveira e Costa - amigo de longa data de Cavaco Silva que, quando ministro das Finanças do Governo de Sá Carneiro, o convidou para vice-presidente do BNU e, mais tarde, quando primeiro-ministro, o chamou a secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Mas quem há aí, entre os ex-primeiros-minsitros todos, que se atreva a atirar a primeira pedra ao ex-primeiro-ministro Cavaco Silva?
É que, nesta matéria, se é verdade que o Presidente da República não está nada bem acompanhado, não é menos verdade que não está sozinho, nem nada que se pareça.
Acresce que tudo isto confirma exemplarmente uma evidência nacional, a saber: o que está a dar é a profissão de ex-governante.
Estou em crer, mesmo, que uma pesquisa ao percurso dos ex-governantes da política de direita - desde o longínquo primeiro governo de Mário Soares - nos conduziria à conclusão de que (quase) todos eles abicharam importantes e bem remunerados cargos em empresas públicas e privadas - já que, na verdade, como com frequência constatamos, o destino da generalidade desses ex-governantes é fazer fortuna no mundo dos negócios.
Ainda ontem, o Conselheiro de Estado Manuel Dias Loureiro confessava, com uma candura comovente: «Quando saí da política não tinha dinheiro nenhum» - confissão talvez um tudo nada exagerada mas que se percebe numa pessoa que não hesita em partilhar connosco, com simplicidade igualmente comovente, o segredo da sua fortuna: «Geri dinheiro com parcimónia, com sensatez».
Pronto, por hoje é tudo.
Fico-me com a tal estranheza inexplicável.
E a pensar que daqui para a frente vou passar a gerir o meu dinheiro com parcimónia e com sensatez - sabendo que, se assim fizer, dentro de meia dúzia de anos serei um dos homens mais ricos de Portugal.
O que é que leva um homem - neste caso PR - a vir a público dizer que que não tolera «a continuação de mentiras e insinuações» a seu respeito, quando não há conhecimento nem de mentiras nem de insinuações a seu respeito?: eis a pergunta que tenho feito a mim mesmo vezes sem conta e para a qual não encontrei ainda resposta satisfatória.
Estranho, muito estranho.
É certo que várias das personalidades mais ou menos directamente ligadas ao «caso BPN» integraram governos chefiados pelo então primeiro-ministro Anibal Cavaco Silva - e isso pode levar gente mal intencionada a pensar que aqui há gato...
Mas se há pessoas a pensar isso, têm pensado em silêncio e não parece muito curial produzir um comunicado a condenar o que se pensa em silêncio...
É certo, também, que de entre essas personalidades que, em dada altura, Cavaco Silva chamou a si, emerge em plano destacado o agora «detido por burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais», Oliveira e Costa - amigo de longa data de Cavaco Silva que, quando ministro das Finanças do Governo de Sá Carneiro, o convidou para vice-presidente do BNU e, mais tarde, quando primeiro-ministro, o chamou a secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Mas quem há aí, entre os ex-primeiros-minsitros todos, que se atreva a atirar a primeira pedra ao ex-primeiro-ministro Cavaco Silva?
É que, nesta matéria, se é verdade que o Presidente da República não está nada bem acompanhado, não é menos verdade que não está sozinho, nem nada que se pareça.
Acresce que tudo isto confirma exemplarmente uma evidência nacional, a saber: o que está a dar é a profissão de ex-governante.
Estou em crer, mesmo, que uma pesquisa ao percurso dos ex-governantes da política de direita - desde o longínquo primeiro governo de Mário Soares - nos conduziria à conclusão de que (quase) todos eles abicharam importantes e bem remunerados cargos em empresas públicas e privadas - já que, na verdade, como com frequência constatamos, o destino da generalidade desses ex-governantes é fazer fortuna no mundo dos negócios.
Ainda ontem, o Conselheiro de Estado Manuel Dias Loureiro confessava, com uma candura comovente: «Quando saí da política não tinha dinheiro nenhum» - confissão talvez um tudo nada exagerada mas que se percebe numa pessoa que não hesita em partilhar connosco, com simplicidade igualmente comovente, o segredo da sua fortuna: «Geri dinheiro com parcimónia, com sensatez».
Pronto, por hoje é tudo.
Fico-me com a tal estranheza inexplicável.
E a pensar que daqui para a frente vou passar a gerir o meu dinheiro com parcimónia e com sensatez - sabendo que, se assim fizer, dentro de meia dúzia de anos serei um dos homens mais ricos de Portugal.
Espero que não estejas comprador de propriedades portuguesas... porque eu "nã vendo!!!" :-)))
ResponderEliminarAbraço
Eu já cheguei á conclusão que sou muito mal governada!
ResponderEliminarSe eu soubesse gerir a meu dinheiro com parcimónia e sensatez...
beijos
Porque será que Cavaco me fez lembrar
ResponderEliminarQuando eu era muito miúda e fazia asneira da grossa, com ar angélico e cheio de inocência, antes que alguém soubesse dizia: “não fiz nada! portei-me muito bem!” ou seja, denunciava algo que tinha feito, "justificando" o que mais tarde viriam a saber.
Parcimónia e com sensatez? é exactamente assim que eu faço. Falta-me o EX, sem ele não enriqueço!
Estamos numa situação…Pior é Impossível!
GR
Penso que o gato que está com o rabo de fora é tão grande, mas tão grande, que já virou tigre!!!
ResponderEliminarE como todos eles têm rabos, os ex-, os actuais ex- e os futuros ex-, tudo isto irá ficar, mais uma vez, em águas de bacalhau...
Diz-me como vais usar o teu dinheiro com parcimónia e com sensatez. Será que estas palavras se aplicam a ex-trabalhadores, porque reformados?
Um beijo grande
Eu conheço uma pessoa que com o ordenado mínimo foi tão parcimonioso que em cinco anos adquiriu uma cadeia de ´hotéis.
ResponderEliminarIsto é tudo a mesma corja...
ResponderEliminarHoje de manhã saiu isto... Ex-administrador do BPN que foi detido financiou campanha de Cavaco
O antigo presidente do BPN agora detido, Oliveira e Costa, ajudou a financiar a campanha eleitoral do Presidente da República, doando 15 mil euros do seu bolso enquanto estava à frente do banco que agora foi nacionalizado.
E agora como é?
Abraços
Quando o fores,liga para mim para negociarmos a compra e venda da Ria Formosa e os seus campos de golf, é o que está dar.
ResponderEliminarUm abraço
Fernando, tenho uma opinião exactamente igual à sua.
ResponderEliminarDiscuti o asunto com amigos que contestaram a minha opinião, não me deixando nada convencida com os argumentos que apresentaram, dexando-me isso sim de boca aberta e de olhos arregalados.