Quando Cavaco tomou posse como primeiro-ministro, fez um discurso no qual, mais palavra menos palavra, disse três coisas:
1 - O país está num estado lastimável; 2 - A culpa é do Governo anterior; 3 - É preciso que os portugueses apertem os cintos...
Assim foi: a imensa maioria dos portugueses apertou os cintos - e ficou mais pobre (e a imensa minoria alargou os cintos - e ficou mais rica).
Tempos depois, Cavaco anunciou o «novo Portugal», a «abundância», o «oásis», o «pelotão da frente»... Portugal estava salvo!
Tempos depois, quando as eleições se aproximavam, Cavaco fugiu para Boliqueime onde entrou em estágio presidencial.
E veio Guterres - o qual, no seu discruso de posse, disse, mais palavra menos palavra, três coisas:
1 - O país está num estado lastimável;
2 - A culpa é do Governo anterior;
3 - É preciso que os portugueses apertem os cintos.
Depois, prosseguiu a política de Cavaco, acrescentando-lhe, formalmente, alguns toques pessoais: a «solidariedade», o padre Melícias, o dr. Pina Moura e o ministro Vitorino -e anunciou o «fim da crise»... Portugal entrou em estado de graça!
Tempos depois, em vésperas de eleições, Guterres fugiu...
Sucedeu-lhe Barroso - o qual, no seu discurso de posse, disse, mais palavra menos palavra, três coisas:
1 - O país está num estado lastimável;
2 - A culpa é do governo anterior;
3 - É preciso que os portugueses apertem os cintos.
E prosseguiu a política de Cavaco e de Guterres, acrescentando-lhe, formalmente, aquele seu jeito de discursar em que os gestos estão em dissonância com as palavras - e logo anunciou, ora toma!, «a retoma». Portugal estava outra vez salvo!
Tempos depois, Barroso fugiu - para a Europa...
E sucedeu-lhe Sócrates - o qual, no seu discurso de posse, disse, mais palavra menos palavra, três coisas:
1 - O país está num estado lastimável;
2 - A culpa é do governo anterior;
3 - É preciso que os portugueses apertem os cintos.
E prosseguiu a política de Cavaco, de Guterres e de Barroso, acrescentando-lhe, formalmente, aqueles seus ademanes e requebros de gestos e de voz - e logo anunciou, tal como anunciaram Cavaco, Guterres e Barroso, e mais palavra menos palavra, que os portugueses vivem no melhor dos mundos.
Quer tudo isto dizer que o destino de Sócrates está irreversivelmente traçado: um dia, mais cedo ou mais tarde, ele fará as malas e fugirá.
E a questão mais importante não é a de saber quando chegará esse dia: o que importa é que ele, quando fugir, leve consigo, e de vez, esta política que há 32 anos flagela Portugal e os portugueses.
É essa a grande tarefa que temos pela frente.
Tarefa difícil, dificílima - e só alcançável através de forte intensificação e ampliação da luta de massas.
Vamos a isso, então. E para já, preparemos-nos para fazer do próxim 1 de Outubro, uma muito grande jornada de luta.
1 - O país está num estado lastimável; 2 - A culpa é do Governo anterior; 3 - É preciso que os portugueses apertem os cintos...
Assim foi: a imensa maioria dos portugueses apertou os cintos - e ficou mais pobre (e a imensa minoria alargou os cintos - e ficou mais rica).
Tempos depois, Cavaco anunciou o «novo Portugal», a «abundância», o «oásis», o «pelotão da frente»... Portugal estava salvo!
Tempos depois, quando as eleições se aproximavam, Cavaco fugiu para Boliqueime onde entrou em estágio presidencial.
E veio Guterres - o qual, no seu discruso de posse, disse, mais palavra menos palavra, três coisas:
1 - O país está num estado lastimável;
2 - A culpa é do Governo anterior;
3 - É preciso que os portugueses apertem os cintos.
Depois, prosseguiu a política de Cavaco, acrescentando-lhe, formalmente, alguns toques pessoais: a «solidariedade», o padre Melícias, o dr. Pina Moura e o ministro Vitorino -e anunciou o «fim da crise»... Portugal entrou em estado de graça!
Tempos depois, em vésperas de eleições, Guterres fugiu...
Sucedeu-lhe Barroso - o qual, no seu discurso de posse, disse, mais palavra menos palavra, três coisas:
1 - O país está num estado lastimável;
2 - A culpa é do governo anterior;
3 - É preciso que os portugueses apertem os cintos.
E prosseguiu a política de Cavaco e de Guterres, acrescentando-lhe, formalmente, aquele seu jeito de discursar em que os gestos estão em dissonância com as palavras - e logo anunciou, ora toma!, «a retoma». Portugal estava outra vez salvo!
Tempos depois, Barroso fugiu - para a Europa...
E sucedeu-lhe Sócrates - o qual, no seu discurso de posse, disse, mais palavra menos palavra, três coisas:
1 - O país está num estado lastimável;
2 - A culpa é do governo anterior;
3 - É preciso que os portugueses apertem os cintos.
E prosseguiu a política de Cavaco, de Guterres e de Barroso, acrescentando-lhe, formalmente, aqueles seus ademanes e requebros de gestos e de voz - e logo anunciou, tal como anunciaram Cavaco, Guterres e Barroso, e mais palavra menos palavra, que os portugueses vivem no melhor dos mundos.
Quer tudo isto dizer que o destino de Sócrates está irreversivelmente traçado: um dia, mais cedo ou mais tarde, ele fará as malas e fugirá.
E a questão mais importante não é a de saber quando chegará esse dia: o que importa é que ele, quando fugir, leve consigo, e de vez, esta política que há 32 anos flagela Portugal e os portugueses.
É essa a grande tarefa que temos pela frente.
Tarefa difícil, dificílima - e só alcançável através de forte intensificação e ampliação da luta de massas.
Vamos a isso, então. E para já, preparemos-nos para fazer do próxim 1 de Outubro, uma muito grande jornada de luta.
Pois é sempre a mesma cantiga.
ResponderEliminarParece o conselho que Richard Nixon deixou na Casa Branca, supostamente deeixou duas cartas para o seu sucessor abrir em tempos de crise, a primeira dizia "Culpe-me a mim!" a segunda dizia "Escreva duas cartas!"
O pior é Tu lembras-te, eu lembro-me e eles, o resto dos votantes, será que se lembram?!
esperemos...
Beijocas
Tomara que o Socrates fuja depressa e leve consigo as politicas de direita dos ultimos governos, que já não o aguentamos. A jornada de 1 de Outubro será, sem duvida, mais uma grande jornada de luta do povo português. Abraço, camarada
ResponderEliminarFernando,
ResponderEliminarO dia 1 de Outubro será o dia de uma grande jornada de luta e será também o começo de uma grande batalha que iremos travar,possivelmente até ao fim do ano.
Não esquecer também, que será o dia de mais um Aniversário, da grande Central Sindical-CGTP-IN(38 anos)sempre com os trabalhadores.
Saudações
Tem graça, eu que sou um pouco mais velho (não tem lá muita graça... e não é muito) lembro que Mário Soares, quando tomou posse 1) disse que o País estava num estado lamentável, 2) disse barbaridades dos governos anteriores (do "gonçalvismo", brr!), 3) escreveu cartas ao sr. FMI e disse que os portugueses tinham de apertar o cinto. Depois, noutras ocasiões repetiu mais ou menos o sermão (e a missa cantada), tal como o fizeram Sá Carneiro, Balsemão, Mota Pinto e outros "de passagem".
ResponderEliminarO teu "post" está excelente apontando a única saída para eles e
PARA NÓS!
A verdade é que o país está num estado lastimável, a culpa é dos governos anteriores, estamos todos fartos de apertar cintos... e estaria então na hora de oferecer uns patins aos responsáveis, não?
ResponderEliminarÉ preciso que cada um no seu sítio,no seu local de trabalho, no seu local de reformado, influêncie, esclareça, aconselhe, faça crítica aos jornais aos noticiários televisivos, faça a Revolução do passo a palavra.
ResponderEliminarTodas as conversas vão dar à CDU.
Os portugueses estão pobres de mais, para terem alguma coisa a perder!
É tempo de irem embora todos os que nos exploram. Façamos patins em série.
ResponderEliminarA luta é o caminho. E é uma luta bem concreta, no nosso dia-a-dia, no nosso local de trabalho, na rua, no café.. Há que dar voz a quem trabalha e não quer ser explorado, não quer mais ter de apertar o cinto, para alguns desapertarem mais um botão das calças, de tão gordos que já estão com os seus rendimentos.
ResponderEliminarA verdade é que em todo o lado oiço gente a queixar-se. A verdade é que é tempo de dizermos JÁ BASTA, mais uma vez.
ResponderEliminarSe pensarmos que de Outubro de 2007 a Outubro de 2008 (incluo já aqui a que vai ser uma enorme manifestação no próximo dia 1) o povo saiu à rua sempre que foi chamado a fazê-lo, e o fez de uma forma como nunca antes o tinha feito (não falo de 74), temos que foi o ano de maior movimentação de massas jamais visto, e só não viu quem não quis, ou quem é completamente cego.
Excelente esta tua revisão de matéria. Para avivar memórias...
Um beijo grande
Depois destes chegam outros ( dos mesmos ) que dizem que a culpa é dos anteriores e andamos sempre assim, pena tenho eu que este povinho não abra os olhos, parece que andam cegos... mas estou esperançado que com o tempo lá cheguem, nem que para isso tenham de ir a Cuba fazer operações aos olhos.
ResponderEliminarTodo diferentes, todos iguais. Que miséria, às vezes custa-me a acreditar que fui governado por estes politicos.
ResponderEliminarUm abraço
J.Z.Mattos
ana camarra: esse é que é o problema, a maioria «esqueceu-se» - temos que os lembrar...
ResponderEliminarUm beijo.
crixus: temos que o obrigar a fugir - e dia 1 pode ser uma importante etapa da nossa luta.
Um abraço.
hilário: lá iremos - tentando levar outros ammigos também...
Um abraço.
zambujal: exacto: é a lengalenga da política de direita e dura desde... o Soares, pois claro...
Um abraço.
samuel: só que... estou em crer que a hora ainda não chegou... apesar de tudo ser táo, tão evidente...
Um abraço.
poesianopopular: cada um no seu sítio e todos no nosso sítio...
Um abraço.
antuã: cada acção de massas é... uma roda de patins...
ResponderEliminarUm abraço.
sal: a luta é o caminho e dia 1 lá estaremos - e todos os dias cá estaremos...
Um beijo.
maria: ... e o ano que aí vem tem que ser ainda melhor...
Um beijo.
orlando gonçalves: quer dizer que temos muuito, muito trabalho à nossa frente...
Um abraço.
J.Z.Mattos: mas é verdade...
Um abraço.
Enquato ouver P.M.s deste genero o nosso destino é lutar seja estudante,desempregado, trabalhador ou reformado.
ResponderEliminarDia 1 de Outubro lá estamos.
Saudações Comunistas-
Tonho Ze
Excelente e pertinente análise.
ResponderEliminartonho Ze: é isso mesmo, camarada.
ResponderEliminarAbraço.
linhadovouga: um abraço grande.