POEMA

MAIS TARDE SIM


Escreverei mais tarde
simples poemas claros
e falarei das aves
sem sofisma.

Escreverei mais tarde
de navios, lagunas,
das tuas roupas soltas
manchadas de luar...

Escreverei mais tarde
saudades da infância
e de pedras e rosas
sem dúbios sentidos.

Escreverei mais tarde
de um anel muito simples
e das tardes plenas
em que o amor se inscreve.

Mas agora deixai-me
chorar sobre estas lágrimas.


Egito Gonçalves
à(s)

11 comentários:

  1. samuel23 de setembro de 2008 às 15:21

    ... e escrever sobre coisas tão menos poéticas, tão menos bonitas... mas tão urgentes!

    Abraço

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  2. Anónimo23 de setembro de 2008 às 15:29

    Todo o guerreiro tem direito, ao seu momento de descanso.
    Já foste ao "ceira-me a revolução? Desde a Festa até hoje 3.ooo vizitas, clika em "Quem somos"para veres e se quizeres vais para a lista, penso que era uma mais valia para o blog, pensa nisso e diz-me, OK.
    abraço

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  3. Justine23 de setembro de 2008 às 15:38

    Tão belo, tão belo, tão belo. Agora, sim!

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  4. Ana Camarra23 de setembro de 2008 às 16:09

    O poema é belo.
    Sem querer ter pretensões eu a mim, sai-me tudo, na minha forma de escrever, as lágrimas, os risos, as recordações, as indignações e os amores...
    Fraquito, mas em catadupa.

    beijo

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  5. Fernando Samuel23 de setembro de 2008 às 17:05

    samuel: menos poéticas, menos bonitas... mas das quais os poetas insistem - teimosos que são - em fazer Poesia...

    Um abraço grande.

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  6. Fernando Samuel23 de setembro de 2008 às 17:06

    poesianopopular: já lá fui, gostei e vou voltar...
    Um abraço grande.

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  7. Fernando Samuel23 de setembro de 2008 às 17:20

    justine: belíssimo, não é?

    Um beijo amigo.

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  8. Fernando Samuel23 de setembro de 2008 às 17:26

    ana camarra: «fraquito»?: isso dizes tu - mas, isto digo eu: que dá gosto ler.

    Um beijo grande.

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  9. Anónimo23 de setembro de 2008 às 19:02

    PARA LÁ DAS ESTRELAS

    Fixei-me numa estrela,
    Brilhando no firmamento,
    À procura dos teus olhos,
    Perdidos no tempo...

    Deixei-me levar,
    Pela brisa do vento,
    Saboreando a noite,
    Perdida no tempo...

    Uma nave cruzou o céu,
    Depois outra sempre em movimento,
    E a estrela ali estava,
    Perdida no tempo...

    Tentei reagir,
    No meio do céu cinzento,
    Mas com a estrela fiquei
    Perdida no tempo...

    Ilda Ivo

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  10. Maria23 de setembro de 2008 às 22:38

    Ficava aqui a ler e reler este poema o resto da noite...
    É uma beleza...
    Obrigada.

    Um beijo grande

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  11. Fernando Samuel24 de setembro de 2008 às 12:40

    maria teresa: obrigado por mais este poema que eu não conhecia - a confirmar que «Potugal é um país de poetas»...
    Um beijo amigo.

    maria: Egito Gonçalves é um dos muitos poetas silenciados...
    Um beijo grande.

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