POEMA

O DENTE


Bebé tem um dente.
A família está contente:
«aba a boquinha
moste o dente...»
toda contente.
Bebé sorri
Bebé sabe já
que é preciso ter dente.

Mário Castrim

5 comentários:

  1. VENTO NO ROSTO

    À hora em que as tardes descem,
    noite aspergindo nos ares,
    as coisas familiares
    noutras formas acontecem.

    As arestas emudecem.
    Abrem-se as flores nos olhares.
    Em perspectivas lunares
    lixo e pedras resplandecem.

    Silêncio, perfis de lagos,
    escorrem cortinas de afagos, malhas tecidas de engodos.

    Apetece acreditar,
    ter esperanças, confiar,
    amar a tudo e a todos.

    António Gedeão

    ResponderEliminar
  2. O Mário Castim, era um corredor de fundo!

    ResponderEliminar
  3. Bebé aprenderá com a vida que é preciso ter muitos dentes... e fortes...
    Deve haver qualquer estória/facto por detrás deste poema, já que o MC nunca escrevia nada por acaso...

    Um abraço forte, e obrigada...

    ResponderEliminar
  4. É de pequeno que se aprende.
    Ler Mário Castrim, é sempre reconfortante!

    GR

    ResponderEliminar
  5. maria teresa: o gedeão com a sua imensa dimensão humana - e poética, é claro...
    Obrigado.

    josé manangão: um homem da maratona...
    Abraço.

    maria: acho que o que ele quer dizer é que «é preciso ter dente, para poder ferrar o dente nessa gente»
    Um beijo grande.

    gr: de pequenino é que torce o pepino...
    Um beijo amigo.

    ResponderEliminar