ATÉ AMANHÃ
agachados na cova da noite
pequeninos e enormes
esperávamos o homem da bicicleta
embrulhados em papel de jornal
ele transportava uma foicinha
e um martelo
mal chegado
um minuto de silêncio conspirativo
e logo o trabalho
sobre o chão húmido e rugoso
ensinava a construir
e a semear
na inteligência dos homens
no coração dos homens
na coragem dos homens
quando partia
e montava a tosca e fiel bicicleta
sabia
que na próxima vez
vinha encontrar a terra semeada de esperanças
e mais uma telha
e mais uma trave
na casa da construção
foi ontem
e amanhã se for preciso
Francisco Gonçalves de Oliveira
(In Os Tempos do Tempo)
Então... "Até amanhã, camaradas".
ResponderEliminar(com ilustração de Rogério Ribeiro) :)
Belo poema!
Abraço
Este não conhecia, é lindo! Aparentemente de fácil interpretação mas metaforicamente riquíssimo.
ResponderEliminarSempre que for preciso... Um Abraço e Boa Semana
ResponderEliminarÉ um até amanhã, Camarada, dito todos os dias....
ResponderEliminarUm beijo grande
Até amanhã CAMARADA.
ResponderEliminare hoje, e sempre! porque é preciso!
ResponderEliminarNão conhecia. Belo poema.
ResponderEliminarObrigado. Um abraço
samuel, maria teresa, ludo rex, maria, antuã, antonio lains galaamba, zambujal: francisco gonçalves de oliveira é, como facimente se deduz, um velho resistente antifascista e militante do PCP. «Até amanhã» é, um poema muito belo e muito cheio de uma serena confiança e uma inesgotável disponibilidade de luta.
ResponderEliminarAbraços e beijos.