BANDEIRINHAS
Parei a olhar o mapa da guerra; tinham-no afixado
na frontaria dos escritórios do jornal.
Bandeirinhas - vermelhas e amarelas bandeirinhas -
azuis e pretas bandeirinhas - são deslocadas para
trás e para diante sobre o mapa.
Um rapaz sorridente, cheio de sardas,
sobe a escada, atira uma piada a alguém que está
entre a multidão,
depois espeta uma bandeirinha amarela uma polegada
para oeste.
(Dez mil rapazes contorcem-se num lago de sangue
na margem de um rio,
feridos, em convulsões, implorando água, alguns já
no estertor da morte).
Quem perguntará a si mesmo quanto custou
destacar de uma polegada
duas bandeirinhas aqui, no mapa da guerra,
na frontaria do jornal,
onde um jovem sardento nos sorri?
Carl Sandburg
(Tradução de Alexandre O'Neill)
Quando tudo se resume a umas polegadas de mapa, para lá ou para cá... vamos realmente por muito mau caminho.
ResponderEliminarAbraço
Um belo poema, que nos violenta...
ResponderEliminarObrigada.
Um beijo
samuel: lá está: Carl Sandburg é um grande Poeta norte-americano...
ResponderEliminarAbraço.
maria: um beijo grande.