IN MEMORIAM
Esses mortos difíceis
que não acabam de morrer
dentro de nós; o sorriso
de fotografia,
a carícia suspensa, as folhas
dos estios persistindo
na poeira; difíceis;
o suor dos cavalos, o sorriso,
como já disse, nos lábios,
nas folhas dos livros;
não acabam de morrer;
tão difíceis, os amigos.
Eugénio de Andrade
Os grandes amigos são na verdade esses, que "não acabam de morrer", vão ficando presentes nas pequenas e grandes coisas em que os lembramos, como se tivessem a delicadeza de esperar por nós...
ResponderEliminarAlguém disse, não me lembro neste momento quem "temos um cemitério dentro de nós".
ResponderEliminarÉ o que eu sinto, neste preciso momento.
Um beijo
Sinto que dedicas este poema do Eugénio de Andrade, ao nosso camarada Àlvaro Rana, que bem o merece, pela luta que travou durante muitos anos, em prol dos trabalhadores.
ResponderEliminarsamuel: são esses, cuja morte doi mas cuja lembrança conforta e dá alento...
ResponderEliminarUm abraço.
maria: um muito grande «cemitério» - felizmente, talvez, não?...
Um beijo.
josé manangão: e sentes bem, camarada...
Um abraço.
Não morrem nunca, os amigos. Mesmo os amigos que nunca conhecemos pessoalmente, como alguns poetas.
ResponderEliminarE os que da lei da morte se vão libertando?!...
ResponderEliminarjustine: exacto.
ResponderEliminarantuã: esses são os amigos...