AO MORRER...
Ao morrer, nada mais me importará.
Por antecipação, nem já me importa.
Com consciência, pois, do paradoxo,
é que ouso dizer com bonomia
que até quem se incomode a acompanhar-me
o corpo hirto, inerte, a apodrecer,
ao cemitério sossegado e claro,
o fará com desgosto meu actual.
Nunca gostei de incomodar ninguém.
Mas quem não quero lá, fique isto assente,
são padres, charlatães, capitalistas,
para nem morto suportar ofensas.
Armindo Rodrigues
Gosto do distanciamento, da ironia e da particular exclusão :))
ResponderEliminarTão tarde conheci este grande poeta.
ResponderEliminarAjuda-me tanto a resistir!
GR
Este era dos tesos, poeticamente falando! claro.
ResponderEliminarManangão
justine: o Poeta «acautelou» cirurgicamente uma «exclusão»: deixou escrito que proibia o Dr. Mário Soares de ir ao seu funeral...
ResponderEliminargr: ajuda-nos...
josé manangão: poeticamente e não só: ele foi uma das pessoas com maior coragem física que conheci.