DA «CARTILHA DE GUERRA ALEMû
A guerra que aí vem
não é a primeira. Antes dela
houve outras guerras.
Quando a última acabou
houve vencedores e vencidos.
Entre os vencidos, o povo baixo
passou fome. Entre os vencedores
passou fome também o povo baixo.
Na parede estava escrito a giz:
«Queremos a guerra».
O que escreveu isto já caíu morto.
As raparigas
à sombra das árvores da aldeia
escolhem os namorados.
A morte
escolhe também.
É noite.
Os casais vão deitar-se nas camas.
As mulheres novas
vão parir filhos órfãos.
Brecht
Impressionante!
ResponderEliminarOs poemas de Brecht avisam.
Foi ontem, amanhã também pode ser!
Só não sabe, quem não quer ler.
Brecht, Sempre!
GR
gr: com palavras simples, Brecht alerta-nos para coisas complexas e importantes.
ResponderEliminarEstava a começar a ler e já me estava a parecer Brecht.
ResponderEliminarÉ único, mesmo.
Viva Brecht
Obrigada Fernando Samuel, pela tua excelente escolha.
Belo "pedaço de poesia" para escrever numa folha de lixa e ir esfregar nas trombas dos que ainda hoje, fazendo coro com Bush, acham a guerra no Iraque uma guerra "nobre, necessária e justa", como Pacheco Pereira e outros pensadores da praça.
ResponderEliminarEu sei que esfregar lixa nas nas trombas não é maneira de se argumentar, só que o tempo de argumentar com alguma dessa gente, passou.
Abraço.
Off Topic, aproveito para informar também aqui, que já enviei um mail para o João Galamba, confirmando a minha intenção de vos ajudar a apagar a velinha do aniversário, em Peniche.
aproveito o Brecht (belo poema, por sinal, como todos os que escreveu!) para dizer que enviei mail ao sr Pedro Mexia dizendo-lhe umas coisas... acerca da juventude, dos blogues, e dos jovens comunistas. Aguardo (sentado, para o efeito) resposta!
ResponderEliminarSAmuel: Boa boa boa! nem sabes como me alegra essa tua ajuda para apagar a velinha! Quero ouvir a fala do homem nascido! Ate lá então, camarada!
ResponderEliminarPoema belo e atroz, no que tem de actual e premonitório.
ResponderEliminarÉ importante reler Brecht, sempre
sal: ele «anuncia-se» com as primeiras palavras...
ResponderEliminarsamuel: aí está uma utilização que o Brecht aprovaria...
antonio lains galamba: vamos então, todos, apagar a velinha e cantar - de preferência, ouvir cantar...
justine: Brecht tem esta característica de estar sempre actual (não é essa uma das partes integrantes da Arte?)