POEMA

DA PRISÃO DE ISTAMBUL


Em Istambul, no pátio da prisão,
depois da chuva, num dia soalheiro de Inverno,
ao mesmo tempo que
as nuvens,
as telhas vermelhas,
os muros
e o meu rosto
tremelicam nas poças do chão,
assumindo
toda a coragem
toda a cobardia
toda a força
toda a fraqueza
que há em mim,
pensei no universo,
no meu país,
pensei em ti.


Nazim Hikmet
(Prisão de Istambul, Fevereiro de 1939)

4 comentários:

  1. Muito bonito.
    Um poema de coragem, solidariedade e muita esperança.

    GR

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  2. gr: a coragem, a solidariedade e a esperança dos que, em situação alguma, deixam de lutar.
    Um beijo amigo.

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  3. Exactamente como comentei lá atrás, sobre o Armindo Rodrigues, parece simples...

    Abraço.

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  4. samuel: a simplicidade é tão difícil de conseguir, não é?

    Abraço amigo.

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