ESTAREI ERRADO?

Decididamente, o golpe militar reaccionário das Honduras não é «notícia» para os jornais portugueses.
Bem pelo contrário, ele tem sido objecto de cirúrgico silenciamento, de cuidada filtragem noticiosa, de desbragada manipulação e desinformação - tudo na base da «conclusão» arrematada por todos os jornais de que o golpe foi legal porque o referendo era ilegal...

Desta vez, não há fotografias espectaculares de multidões nas ruas - nem sei, mesmo, se algum jornal publicou alguma fotografia mostrando as poderosas manifestações de protesto dos hondurenhos e a brutal repressão praticada pelas forças golpistas.
Desta vez, não há as grandes parangonas sobre o silenciamento dos jornais, rádios e televisões.
Desta vez, não há primeiras páginas bombásticas e as notícias são remetidas para páginas interiores - e, mesmo aí, reduzidas a escassas linhas.
Desta vez, nem o acontecimento internacional que foi a condenação do golpe pela ONU e pela OEA, levou estes órgãos ditos de informação a aliviar, um pouco que fosse, a cerrada ofensiva desinformativa.
Desta vez, nem o anunciado regresso às Honduras, na próxima quinta-feira, do Presidente Manuel Zelaya - acompanhado solidariamente pela Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pelo Presidente do Equador, Rafael Correia e pelo Presidente da OEA - alterou, minimamente que fosse, os «critérios» dos referidos jornais em matéria de destaques informativos.

Por que será? - pergunto.
E respondo: a meu ver, esta postura dos jornais portugueses face ao reaccionário e antidemocrático golpe militar, prende-se com o facto de o referido golpe ser visto pelos referidos jornais com bons olhos, com muita simpatia e com muitos votos de sucesso.
Estarei errado?

8 comentários:

  1. O que se tem vindo a passar na América Latina, tem em alguns casos, contornos de "Revolução".
    A partir de agora, todp que cherar a contra-revolução será recebido e "visto pelos referidos jornais com bons olhos, com muita simpatia e com muitos votos de sucesso".
    Infelizmente, não estás errado!

    Abraço

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  2. Era bom que estivesses errado, mas não estás, nada mesmo.

    beijo

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  3. 'O golpe foi legal porque o referendo era ilegal...', já tinha lido isto no jornal. Justifica-se um golpe reaccionário com um referendo 'ilegal'. Esta nossa imprensa cada vez mais cai no descrédito. Viva o povo hondurenho em luta!
    Abraço

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  4. Esta estória do referendo como justificação para o golpe faz-me lembrar as justificações para a guerra contra o povo iraquiano...
    Entre outras coisas lembro que quando foi a tentativa de golpe na Bolívia, Zelaya apoiou Evo Morales.
    Ver aqui, por exemplo:
    http://www.monde-diplomatique.fr/2008/11/LEMOINE/16466
    http://www.monde-diplomatique.fr/carnet/2009-07-01-Honduras

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  5. Esperemos que a revolução triunfe para desespero desses vermes "jornalistas".

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  6. Não, não estás enganado.
    Esperemos que amanhã o Presidente Manuel Zelaya volte ao seu país e o povo hondurenho possa festrejar esse regresso...
    Da (nossa) com. social não se esperava outra coisa. Ou esperava?

    Um beijo grande

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  7. samuel: bem me parecia...
    Um abraço.

    Ana Camarra: pois era, mas não estou.
    Um beijo.

    Ludo rex: esta cambada arranja sempre «justificações».
    Um abraço.

    Jorge: eles engendram sempre «justificações» para tudo o que querem.
    Um abraço.

    Antuã: e esperemos que sim, para nossa alegria.
    Um abraço.

    Maria: não, desta corja não se esperava outra coisa.
    Um beijo grande.

    Hilário: porque a luta continua!
    Um abraço.

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